Infecção do trato urinário em gestantes atendidas na Atenção Primária à Saúde: uma análise clínica e epidemiológica
DOI:
https://doi.org/10.15343/0104-7809.202549e17272025IPalavras-chave:
Infecções Urinárias, Cuidado Pré-Natal, Protocolos ClínicosResumo
Este estudo avaliou a prevalência de Infecção do Trato Urinário (ITU) em gestantes atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS) e analisou a sua relação com aspectos sociodemográficos, adequação do pré-natal conforme as diretrizes do Ministério da Saúde (MS) e desfechos gestacionais. Estudo transversal, realizado na APS de Marau/RS, Brasil, com gestantes de qualquer idade e data provável do parto de fevereiro de 2019 a junho de 2020. Utilizando dados coletados de prontuários, apresentou-se a estatística descritiva e a distribuição dos desfechos de ITU e adversidades gestacionais (teste qui-quadrado ou exato de Fisher; adotando significância estatística de 5%). Foram incluídas 364 gestantes, das quais 20,9% apresentaram ITU. Apesar do número de consultas adequado, menos da metade (42,9%) realizaram exames de urina como preconizado pelo protocolo do MS. Observou-se diferença significativa entre trabalho remunerado, realização de exame qualitativo de urina e de urocultura ao menos uma vez durante o pré-natal e realização desses exames conforme o protocolo do MS e a ocorrência de ITU (p<0,05). A ITU está presente em cerca de um quinto das gestantes. Menos da metade das gestantes foram rastreadas para ITU conforme o protocolo do MS, cenário preocupante em vista do possível subdiagnóstico e consequente não tratamento dessa infecção.
Downloads
Tradução
Referências
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. (Série A. Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de Atenção Básica, n. 32). Disponível em: https://bvsms.saude.gov. br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf
Molina-Muñoz JS, Cuadrado-Angulo J, Grillo-Ardila CF, Angel-Müller E, Cortés JA, Leal-Castro AL, et al. Consensus for the treatment of upper urinary tract infections during pregnancy. Rev Colomb Obstet Ginecol. 2023;74(1):37-52. doi:10.18597/rcog.3984.
Nicolle LE, Gupta K, Bradley SF, Colgan R, DeMuri GP, Drekonja D, et al. Clinical practice guideline for the management of asymptomatic bacteriuria: 2019 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2019;68(10):1611-5. doi:10.1093/cid/ciz021.
Urinary tract infections in pregnant individuals. Obstet Gynecol. 2023;142(2):435-45. doi:10.1097/AOG.0000000000005269.
Bonkat G, Cai T, Galeone C, Koves B, Bruyere F. Adherence to European Association of Urology Guidelines and state of the art of glycosaminoglycan therapy for the management of urinary tract infections: a narrative review and expert meeting report. Eur Urol Open Sci. 2022;44:37-45. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666168322007418
Luu T, Albarillo FS. Asymptomatic bacteriuria: prevalence, diagnosis, management, and current antimicrobial stewardship implementations. Am J Med. 2022;135(8):e236-44. doi:10.1016/j.amjmed.2022.03.015.
Smaill FM, Vazquez JC. Antibiotics for asymptomatic bacteriuria in pregnancy. Cochrane Database Syst Rev. 2019;(11):CD000490. doi:10.1002/14651858.CD000490.pub4.
Ansaldi Y, Martinez de Tejada Weber B. Urinary tract infections in pregnancy. Clin Microbiol Infect. 2023;29(10):1249-53. doi:10.1016/j. cmi.2022.08.015.
Yan L, Jin Y, Hang H, Yan B. The association between urinary tract infection during pregnancy and preeclampsia: a meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2018;97(36):e12192. doi:10.1097/MD.0000000000012192.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco [Internet]. Brasília; 2022. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gestacao_alto_risco.pdf
Kalinderi K, Delkos D, Kalinderis M, Athanasiadis A, Kalogiannidis I. Urinary tract infection during pregnancy: current concepts on a common multifaceted problem. J Obstet Gynaecol. 2018;38(4):448-53. doi:10.1080/01443615.2017.1370579.
Gebremedhin KB, Alemayehu H, Medhin G, Amogne W, Eguale T. Maternal complications and adverse pregnancy outcomes among pregnant women who acquired asymptomatic bacteriuria in Addis Ababa, Ethiopia. Biomed Res Int. 2021;2021:5254997. doi:10.1155/2021/5254997.
Lee AC, et al. Urinary tract infections in pregnancy in a rural population of Bangladesh: population-based prevalence, risk factors, etiology, and antibiotic resistance. BMC Pregnancy Childbirth. 2019;20(1):1. doi:10.1186/s12884-019-2665-0.
Johnson CY, Rocheleau CM, Howley MM, Chiu SK, Arnold KE, Ailes EC. Characteristics of women with urinary tract infection in pregnancy. J Womens Health (Larchmt). 2021;30(11):1556-64. doi:10.1089/jwh.2020.8946.
Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Departamento de Economia e Estatística. Panorama de desigualdades de raça/cor no Rio Grande do Sul. Porto Alegre; 2019. Disponível em: https://www.estado.rs.gov.br/upload/arquivos/panorama-desigualdades-de-raa-a-19-11-v-2-2.pdf
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Rio de Janeiro: IBGE; 2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171
Vettore MV, Dias M, Leal MDC. Assessment of urinary infection management during prenatal care in pregnant women attending public health care units in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Rev Bras Epidemiol. 2013;16:338-51.
Balachandran L, Jacob L, Al Awadhi R, Yahya LO, Catroon KM, Soundararajan LP, et al. Urinary tract infection in pregnancy and its effects on maternal and perinatal outcome: a retrospective study. Cureus. 2022;14(1):e21500. doi:10.7759/cureus.21500.
Nae B, Wainstock T, Sheiner E. The significance of maternal asymptomatic bacteriuria during pregnancy on long-term offspring infectious hospitalizations. J Dev Orig Health Dis. 2022;13(4):508-13. doi:10.1017/S2040174421000593.
Saavedra JS, Cesar JA. Uso de diferentes critérios para avaliação da inadequação do pré-natal: um estudo de base populacional no extremo sul do Brasil. Cad Saude Publica. 2015;31(5). doi:10.1590/0201-311X00085014.
Hackenhaar AA, Albernaz EP. Prevalência e fatores associados à internação hospitalar para tratamento da infecção do trato urinário durante a gestação. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013;35:199-204.
Santos IS, Matijasevich A, Gorgot LRMR, Valle NCJ, Menezes AM. Óbitos infantis evitáveis nas coortes de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, de 1993 e 2004. Cad Saude Publica. 2014;30(11). doi:10.1590/0102-311X00129413.
Baer RJ, Nidey N, Bandoli G, Chambers BD, Chambers CD, Feuer S, et al. Risk of early birth among women with a urinary tract infection: a retrospective cohort study. AJP Rep. 2021;11(1):e5-14. doi:10.1055/s-0040-1721668.
Werter DE, Schneeberger C, Mol BWJ, de Groot CJM, Pajkrt E, Geerlings SE, et al. The risk of preterm birth in low risk pregnant women with urinary tract infections. Am J Perinatol. 2023;40(14):1558-66. doi:10.1055/s-0041-1739289
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 O Mundo da Saúde

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.