Histórico da Revista

Com mais de 45 anos de veiculação ininterrupta da revista O Mundo da Saúde, retratar sua história significa remontar sua origem, seu conteúdo e suas finalidades ao longo de sua trajetória. A seguir, apresentamos brevemente alguns pontos relacionados à produção e à divulgação do conhecimento científico pela revista ao longo desse período, além de um breve balanço quantitativo de sua realidade.

Tomando por base um dos compromissos do ideal camiliano que preconiza a valorização da vida e da saúde, os mentores pioneiros de O Mundo da Saúde corajosamente fizeram dos seus sonhos realidade. Pe. Hubert Lepargneur, no editorial datado de março de 1977, quando da publicação de sua primeira edição, com 34 páginas, afirmou: “esta revista objetiva publicar trabalhos originais no campo da saúde”. Mais à frente, explicitava como público-alvo da revista “todas as pessoas e entidades vinculadas de uma maneira ou de outra ao mundo da saúde, por motivos profissionais especialmente, mas também pelo interesse humano: médicos e cirurgiões humanistas, psiquiatras e psicólogos, enfermeiros [...]; mas também incumbidos da pastoral num ou noutro setores, nas igrejas que acompanham o desenvolvimento moderno do mundo e se preocupa, com a salvação do homem todo. A parte informativa [...] fará desta revista um instrumento ímpar nas mãos dos administradores de hospitais e casas de saúde”.

De lá para cá, significativas mudanças foram procedidas com relação à produção e à gestão de O Mundo da Saúde, fruto também da sintonia com movimentos e tendências da história. Ao longo deste período, identificam-se quatro grandes fases de produção, as quais representam momentos de nítida evolução da revista.

O primeiro momento tem uma característica informativo-comercial, abrangendo os anos de 1977-1985. Em termos de conteúdo, veiculam-se artigos originais no campo da saúde, com forte tendência de publicações para o campo hospitalar, sobretudo Administração Hospitalar e Pastoral da Saúde. São veiculados também artigos das áreas de Nutrição, Enfermagem e Bioética.

O segundo período (1986-1989) tem uma característica técnico-informativa. A partir de 1986, a revista tem seu título alterado para Hospital-Administração e Saúde. Nesse período, o enfoque predominante é na área da Administração Hospitalar. Ao mesmo tempo, nota-se crescimento de publicações nas áreas de Nutrição, Enfermagem, Saúde Pública, Bioética e esporadicamente Fonoaudiologia, a partir de 1988.

O terceiro período (1990-1994) é o técnico-científico. Surge o Conselho Editorial institucional composto por profissionais da São Camilo, especificamente do curso de Administração de Serviços de Saúde e pesquisadores convidados.

O quarto período é o científico, que se inicia em 1995, quando a publicação retoma seu título original O Mundo da Saúde. A alteração de título está calcada na visão de que este periódico está voltado não só aos aspectos relacionados a saúde e hospital, mas também a questões mais amplas, representando, dessa forma, um espaço para a veiculação de temas e pesquisas pertinentes ao campo da saúde numa perspectiva multidisciplinar. Sendo assim, a revista ampliou seu leque de abordagem, incluindo crescentemente a participação de outras áreas, tais como: Bioética, Educação em Saúde, Farmácia, Fisioterapia, Gerontologia, Informática em Saúde, Saúde Ambiental, Saúde Pública, Terapia Ocupacional, Tecnologia em Radiologia Médica, além de Administração Hospitalar, Nutrição e Enfermagem.

Em 1998, a revista é indexada na base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e passa a contar com a participação do Editor-Científico, especialista que organiza e acompanha a edição com maior rigor científico.

O Mundo da Saúde possibilita, enquanto veículo de artigos científicos pertinentes, a atualização e o aprofundamento de conhecimentos de diversas áreas, estimulando o debate de amplas questões relacionadas à saúde, além de incentivar profissionais e instituições a aprimorarem a qualidade e a gestão dos serviços. Objetiva também contribuir para a formação técnico-científica e ética dos profissionais da saúde, representando um espaço para intercâmbio e disseminação de estudos e pesquisas significativas na área, publicando artigos de renomados pesquisadores, bem como estimulando e respeitando a diversidade de visões em torno de determinada temática.

Os membros integrantes de seu Conselho Editorial são pesquisadores pertencentes a diversas instituições de ensino e pesquisa do Brasil e do exterior. O processo de análise crítica de artigos para publicação efetiva-se pela sistemática peer review, consagrada nos periódicos de maior credibilidade internacional.

Até a edição de abril/junho de 2003, o periódico apresentou seus artigos segundo parâmetros da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A partir da edição de julho/setembro de 2003, adotou as normas de Vancouver, consagradas pela produção científica internacional na área da saúde. Desde 2006, passou a ter sua versão online, disponível no site do Centro Universitário São Camilo.

Em 2014, a revista começou a utilizar-se do DOI® - Digital Object Identifier (traduzido como “Identificador Digital de Objetos”). Esse é um sistema que permite a identificação, a localização e a descrição unívoca de entidades digitais — físicas ou abstratas. Atualmente, o DOI tem sido muito adotado na Internet, devido, principalmente, às necessidades de padronização e preservação das informações contidas nesse ambiente. Esse fato facilitou o acesso às publicações, trazendo maior visibilidade aos estudos publicados.

Em 2016, O Mundo da Saúde passou a ser veiculada somente em seu formato eletrônico. Tal decisão se deu como resultado de longas discussões sobre tendências tecnológicas recentes – as quais a revista tem acompanhado –, bem como sobre questões ambientais e práticas. Do mesmo modo, a decisão foi impulsionada pela conservação do modelo open access (acesso aberto), em que o objetivo principal é ampliar a difusão do conhecimento e oferecer mais oportunidades aos intelectuais de países em desenvolvimento. Contudo, mantém-se como prioridade a qualidade da política editorial, sustentando os processos peer review (ou seja, a revisão por pares) e assegurando que os estudos atendam aos padrões de qualidade e validade científica na publicação.

Atualmente, a revista conta com sustentabilidade tanto operacional (evidenciada em seus fluxos editoriais) quanto financeira, garantida pelo apoio institucional que recebe e por uma gestão responsável de seus recursos. Ressalta-se que toda construção é resultante da colaboração de muitos. Nesse sentido, destacam-se os pioneiros, que nos anos 1970 ousaram criar esta revista; os autores; o Conselho Editorial; os Editores, os quais partilham seu conhecimento e sua sabedoria na produção científica; além de outros colaboradores, como a equipe técnica: tradutores, diagramadores, revisores, equipe gráfica.

O reconhecimento estende-se a todos que viabilizaram e viabilizam a existência deste periódico científico. Esses profissionais são cultores convictos do horizonte de valores segundo o qual o conhecimento científico tem que se transformar em sabedoria, para ajudar as pessoas a viverem de uma forma mais digna e saudável.