Avaliação da ação citogenética protetora da Parahancornia fasciculata (Apocynaceae)

DOI: 10.15343/0104-7809.202044412420

Autores

  • Gleicyanne Furtado Frazão Universidade Federal do Amapá - UNIFAP. Macapá – AP, Brasil.
  • Keren Hapuque da Silva Souza Universidade Federal do Amapá - UNIFAP. Macapá – AP, Brasil.
  • Mayck Rian Gonçalves Magalhães Faculdade Estácio de Macapá. Macapá – AP, Brasil
  • Edwin Bryan Santos do Livramento Faculdade Estácio de Macapá. Macapá – AP, Brasil
  • Paulo de Assis Barbosa Romano Faculdade Estácio de Macapá. Macapá – AP, Brasil.
  • Alessandra Azevedo do Nascimento Universidade Federal do Amapá - UNIFAP. Macapá – AP, Brasil.
  • Moacir de Azevedo Bentes Monteiro Neto Universidade Federal do Amapá - UNIFAP. Macapá – AP, Brasil.

Palavras-chave:

Antigenotoxicidade. Genotoxicidade. Micronúcleo.

Resumo

A Parahancornia fasciculata é uma árvore frutífera de grande porte, nativa da região Amazônica, onde é conhecida
popularmente como “Amapazeiro”. É amplamente utilizada na medicina popular auxíliando no tratamento de diversas
patologias: malária, problemas pulmonares, entre outras enfermidades. Assim, considerando o uso costumeiro desta
planta, o presente estudo avaliou a ação citogenética protetora da Parahancornia fasciculata em eritrócitos policromáticos
de camundongos Swiss. Os animais receberam diferentes concentrações da Parahancornia fasciculata (250, 500, 1000
e 2000 mg/kg p.c) incluindo grupos controle positivo (Doxorrubicina, DXR, 16 mg/kg p.c), negativo (água) e veículo
(Dimetilsulfóxido, DMSO). As dosagens foram administradas nos animais via gavage, assim como o controle negativo
e veículo; já o controle positivo foi administrado intraperitonealmente. Os animais permaneceram no tratamento diário
com as respectivas doses durante 15 dias para avaliação genotóxica. Foram coletadas amostras de sangue periférico
caudal nas horas: 24h, 48h, 7 e 15 dias. Para a avaliação antigenotóxica, no 14º dia os camundongos foram tratados
com injeções intraperitoneal de DXR. Obteve-se coleta de amostras sanguíneas periférico caudais nas horas: 24 e
48h. Posteriormente foi feito contagem de 2 mil eritrócitos policromáticos por animal de cada grupo, para avaliação
da frequência de Micronúcleos. Os resultados demonstraram que o extrato metanólico da Parahancornia fasciculata
não foi genotóxico, pois não apresentaram diferenças estatisticamente significativas quando comparados ao controle
negativo. Os animais tratados com as diferentes concentrações do extrato da Parahancornia fasciculata associados
a DXR, obteveram uma redução de Eritrócitos Policromáticos Micronucleados significativa quando comparado ao
controle positivo. Portanto, o extrato metanólico da Parahancornia fasciculata demonstrou ação protetora frente aos
danos no DNA induzidos pela DXR e não demonstrou efeito genotóxico.

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Publicado

2020-07-01

Como Citar

Furtado Frazão, G., Hapuque da Silva Souza, K. ., Rian Gonçalves Magalhães, M. ., Bryan Santos do Livramento, E. ., de Assis Barbosa Romano, P. ., Azevedo do Nascimento, A. ., & de Azevedo Bentes Monteiro Neto, M. . (2020). Avaliação da ação citogenética protetora da Parahancornia fasciculata (Apocynaceae): DOI: 10.15343/0104-7809.202044412420. O Mundo Da Saúde, 44, 412–420. Recuperado de https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/964

Edição

Seção

Artigos