Competência e humanismo – uma reflexão crítica
DOI: 10.15343/0104-7809.20103368374
Palavras-chave:
Competência. Humanismo. Medicina de Família.Resumo
Qual o caminho que a Medicina de Família deve seguir para conquistar a excelência e contribuir eficazmente para a melhoria
da saúde dos indivíduos e das comunidades? A resposta a esta questão geralmente é buscada nas políticas de saúde. Entretanto, este
artigo foca sua atenção na pessoa do médico. Como deve ser construído este médico humanista que, ao mesmo tempo, é capaz de demonstrar
excelência profissional? É possível formar médicos competentes e humanistas? Algumas publicações recentes, as quais podem
ser consideradas como um possível guia de ensino para conquistar esses objetivos, são analisadas. Os itinerários delineados apontam
para o aprendizado da empatia, que resulta em competência profissional; a construção sistemática da perspectiva de um generalista de
excelência, que implica em modos de ser, de saber, de perceber, decidir e atuar e, finalmente, indicam como um profissional com estes
predicados é capaz de transformar o sistema tornando-o eficaz e competente. A questão é: se o itinerário é claro, por que resulta tão difícil
na prática formar um médico humanista e competente? A resposta chega em forma de consideração filosófica e vital: a integração desses
conhecimentos deve se dar na pessoa do médico, pois somente quando incorpora este modo de ser em sua vida e o faz a própria vida,
consegue praticar a vocação médica em plenitude e calcar seu viver em unidade permanente repleta de competência e humanismo.