Evolução após amputação de dedo do pé relacionada ao pé diabético

Resumo

Lesões ulceradas nos pés de pacientes diabéticos são uma grande preocupação de saúde em todo o mundo, sendo responsáveis por uma significativa carga relacionada à mortalidade, morbidade e custo econômico da doença. O objetivo deste estudo foi avaliar pacientes diabéticos submetidos à amputação de dedo do pé quanto à necessidade de um segundo procedimento cirúrgico, incluindo amputação maior, mortalidade e revascularização aos três e 12 meses de acompanhamento, bem como os níveis de hemoglobina glicada. Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo avaliando a evolução de pacientes consecutivos com pé diabético hospitalizados no Hospital de Base em 2022 para amputação de dedo do pé. Complicações e níveis de hemoglobina glicada no período de acompanhamento foram analisados em dois momentos após a cirurgia: três e 12 meses. Essas complicações incluíram a necessidade de um segundo procedimento cirúrgico, como amputação maior, mortalidade e revascularização. Durante o período do estudo, 83 pacientes com idade média geral de 61,2 anos foram submetidos a amputações de dedos do pé. Entre os 83 pacientes, 20 eram mulheres com idade média de 63,45 anos e 63 eram homens com idade média de 60,56 anos (teste t não pareado; p-valor = 0,2). Sete (8,4%) pacientes faleceram, 2 (2,4%) foram submetidos a amputações infrapatelares e 28 (33,73%) realizaram revascularização durante este período. Os níveis de hemoglobina glicada variaram de 6,9 a 14,2%, com uma média de 9,2%. Pacientes diabéticos necessitam de cuidados preventivos para reduzir o risco de lesões nos pés e tratamento rápido de feridas, priorizando uma avaliação vascular para verificar se o fluxo sanguíneo é suficiente para a cicatrização das lesões. Além disso, é fundamental o controle adequado de infecções utilizando culturas bacterianas das feridas e antibiogramas.