A necessidade de mudança de paradigma e a gestão de pessoas – o caso de um CRI
DOI:
https://doi.org/10.15343/0104-7809.202448e16292024PPalavras-chave:
Gestão, Mudança Organizacional, SaúdeResumo
Nas últimas décadas, o setor da saúde tem enfrentado desafios significativos decorrentes dos avanços tecnológicos, das mudanças demográficas e das pressões socioeconómicas, intensificadas pelo envelhecimento populacional. Em Portugal, fatores como a pandemia SARS-CoV2 e a emigração de profissionais de saúde agravaram estes problemas. Para responder a estes desafios, as organizações de saúde têm implementado práticas de gestão de pessoas centradas na formação contínua, na retenção de talentos e em incentivos, com o objetivo de melhorar a satisfação dos colaboradores e a qualidade dos cuidados prestados. No entanto, a resistência ao modelo tradicional de gestão centralizada continua a ser um obstáculo à adaptação às exigências atuais. Nesse contexto, a criação dos Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) destaca-se como uma solução para superar as limitações desses modelos ultrapassados. O objetivo do estudo foi analisar os efeitos das mudanças na gestão de pessoas no setor da saúde, com ênfase nos hospitais públicos, e compreender como o CRI de Oftalmologia reflete as novas práticas de gestão de pessoas. A metodologia consistiu num estudo de caso qualitativo, com análise documental, pesquisa bibliográfica e entrevistas realizadas aos profissionais de saúde (enfermeiros) do CRI. Os resultados indicam que o CRI é percecionado como uma instituição de referência, que oferece condições de trabalho atrativas e transparentes, revelando uma forte preocupação com a reputação da organização. Conclui-se que o CRI adota um modelo de gestão descentralizada que promove a autonomia e o desenvolvimento contínuo dos seus profissionais, resultando em maior satisfação, compromisso e eficiência nos cuidados prestados.
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