Panorama da saúde de um grupo de servidores de uma universidade pública de São Paulo: síndrome metabólica, índices antropométricos e adequação da dieta

Autores

  • Maria Elisabeth Machado Pinto e Silva Universidade de São Paulo – USP. Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública. São Paulo/SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0755-6290
  • Marlene Trigo Universidade de São Paulo – USP. Departamento de Assistência para assuntos comunitários da Faculdade de Saúde Pública. São Paulo/SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3590-1012
  • Suely Aparecida Kfouri Universidade de São Paulo – USP. Departamento de Assistência para assuntos comunitários da Faculdade de Saúde Pública. São Paulo/SP, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1567-2320

DOI:

https://doi.org/10.15343/0104-7809.202347e14852023P

Palavras-chave:

Síndrome Metabólica, Índice de Massa Corporal, Circunferência da Cintura, Relação Cintura Estatura, Adequação da dieta

Resumo

A obesidade constatada como um problema de saúde pública está relacionada ao maior risco por doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes tipo II, dislipidemia e síndrome metabólica. Aliados ao estilo de vida sedentário e a uma dieta inadequada, elevados índices de massa corporal circunferência cintura e relação cintura e estatura foram constatados. O objetivo desse trabalho foi caracterizar o quadro de Síndrome Metabólica, em adultos (mulheres 89 e 46 homens) pelos índices antropométricos, dados bioquímicos e a adequação da dieta. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo realizado com 135 servidores não docentes, categoria funcional básico, técnico e superior, de uma universidade pública no Estado de São Paulo. Foram coletados dados sóciodemográficos, inquérito alimentar, de peso, estatura, circunferência da cintura, medidas de pressão arterial e exames bioquímicos: glicemia, triglicérides e HDL-c (High-density lipoprotein-c). Resultados: 36 % dos participantes apresentou sobrepeso e 28% obesidade e 62,0% da amostra apresentou algum dos parâmetros bioquímicos alterados. O percentual de Síndrome Metabólica foi de 13,3% nos homens e 19,2% nas mulheres. Na relação cintura estatura, 81 % apresentaram índices no padrão de risco de doenças cardiovasculares ou metabólicas, a dieta inadequada nos três macronutrientes foi constatada nos participantes em 34,9% com Indice de massa corporal alterado e 37,0% com Circunferência da cintura alterado. Os resultados mostraram que a caracterização da síndrome metabólica com os parâmetros avaliados aliados à análise da dieta estabelece um quadro com informações que direcionam ações para programas até mesmo dentro de Instituições universitárias e ligadas a área da Saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Dumith, SC. Physical activity in Brazil a systematic review. Cad Saúde Pública 2009; 25 V(9): 1917-28. DOI:10.1590/S0102 – 311x2009001500007

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão- IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, Censo Demográfico de 2010. Característica da população e dos domicílios. Resultados do universo.Censo 2010-Rio de Janeiro, 2011. Disponivel em https://ibge. gov.br/acesso-informacao/institucional/o-ibge.html.

Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2006-2020: prática de atividade física. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequências e distribuição sóciodemográficas de prática de atividade física nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2020: Brasília, Ministério da Saúde, 2022. Disponivel em: https:// (bvsms.saude.gov.br/bvs/publicações/vigitel_brasil_2020).pdf .Acesso em 23/03/2022 .

Ferreira A P S, Szwarcwald CL, Damacena GN. Prevalência e fatores associados da obesidade na população brasileira : estudo com dados aferidos da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013.Rev Bras Epidemiol 2019;22: 1-14. DOI:10.1590/1980-549720190024.

Maciel ES, Sonati JG, Modeneze DM, Vasconcelos JS, Vilarta R. Consumo alimentar, estado nutricional e nível de atividade física em comunidade universitária brasileira. Rev Nutr, Campinas, 2012; 25 (6): 707 – 18. DOI:10.1590/S1415-52732012000600003

Alberti KGMM, Zimmer P, Shaw J, Metabolic Syndrome – new world wide definition. A Concensus Statement from the International Diabetes Federation. Diabet Med 2006; 23 (5): 469 – 80. DOI:10.1111/j.1464 – 5491.2006.01858.x

Pinto e Silva MEM, Perino PD, Guedes BL, Rios TLM, Nagaishi VS, Trigo M. Alimentação saudável: prevenindo a Síndrome metabólica. Segurança Alimentar e Nutricional, Ed. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016; 23 (2): 944 – 54. DOI:10.20396/san. v23i2.8647782

Ribeiro FFF; Mariosa LS, Ferreira SRG, Zanella MT. Gordura visceral e Síndrome Metabólica mais que uma simples associação. Arq. Bras. Endocrinol. Metab, 2006; 50 (2): 230 – 38. DOI:10.1590/s0004 – 27302006000200009

World Health Organization -WHO. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complication. Parte 1: Diagnosis and classification of diabetes mellitus provisiona report of a WHO consultation. Diabet Med 1998; 15 (7): 539-53. DOI:10.1002/ (SICI)1096 – 9136 (199807)15:7<539:AID – DIA668>3.0.CO:2 -S

The Third Report of the National Cholesterol Education Program (NECP).Expet Panel on Detection.Evaluation and treatmentof high blood cholesterolin adults (Adult treatment Panel III) JAMA, 2001;16:285 (9): 2486-97. DOI:10.1001/jama.285.19.2486

International Diabetes Federation (IDF). Consensus Worldwide definition of metabolic Syndrome, Belgium, 2006; Acesso: 30/09/2012. Disponível em http://www.idf.org

Sociedade Brasileira de Cardiologia, Diretriz Brasileira de diagnóstico e tratamento de Síndrome Metabólica. Arq. Bras. Cardiol, 2005; 84 (sup 1): 1 – 28. DOI:10.1590/S0066-782X2005000700001

Rezende F, Rosado L, Franceschinni S, Rosado G, Marins JCB, Revisão Critica dos métodos disponíveis para avaliar a composição corporal em grandes estudos populacionais e clínicos. Arch. Latinoamer, Nutr 2007; 57 (4): 327 –34. INSS (On-line) 2309-5806.

Carrasco NF, Reyes SE, Rimler SO, Rios CF, Exactud del índicede masa corporal en la prediction de laa diposidade medida por impedanciometria bioeléctrica.Arch Latinoam,Nutr 2004; 54(3):280-6. ISSN (online) 2309 – 5806

Witt KA, Bush EA, College athletes with na elevated body mass índex often have a high upper arm muscle área, but not elevated tríceps and subscapular skinfolds. J Am Diet Ass., 2005; 105 (4): 599 – 602. DOI:10.1016/j.jada.2005.01.008

Fontes AMGG, Oliira LS, Vanderlei FM, Garner DM, Valenti VE. Waist- Stature Ratio and its relationship with autonomicve recovery from aerobic exercise in healthy men. Sci Rep. , 2018; 8 (1):16093. DOI: 10.1038/s41598 – 018 – 34246 – 5.

Hsieh, SD & Muto, T. The superiority of waist-to-height ratio as an anthropometric índex to evaluate clustering of coronary risk factores among non- obese men and women. Prev Med, 2005; 40 (2): 216-20. – DOI:10.1016/j.ypmed.2004.05.025

Zhou Z, Hu D, Chen J. Association between obesity índices and blood pressure or hypertension: which índex is the best? Public Health Nutr, 2009; 12 (8): 1061- 71 18 – DOI:10.1017/S1368980008003601.

Taing KY, Farkouh ME, Moineddin R, Tu JV, Jha P. Age and sex specific associations of anthrometric measures of adiposity with blood pressure and hypertension in India: a cross sectional study. BMC Cardiovasc Disord., 2016; 16 (1): 247. DOI:10.1186/s12872- 016-0424-y

Rodrigues SL, Baldo MP, Milli JG. Association of waist stature ratio with hypertension and metabolic syndrome: population- based study. Arq Bras Cardio, 2010; 95: 186-9 –. 18 DOI:10.1590/S0066-782X2010005000073 – –

Gibson,RS Principles of nutritional assessment,2 ed OxfordUniversity Press,Inc,2005,New York,EUA.

Frisancho, AR. Anthropometric Standards for the assessment of growth and nutritional status. Ann. Arbor, University of Michigan, 1990.

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. Who Technical Report Series 894.Geneva; 2000.

Ministério da Saúde (BR). Sistema de Vigilância alimentar e nutricional (SISVAN) Orientações básicas para a coleta, processamento, análises de dados e informações em serviços de saúde. Brasília, 2004; págs. 22 – 24.

Fisberg RM, Slater Villar B, Marchioni DML, Martini LA. Inquéritos alimentares: métodos e bases científicas. Manole, Barueri, 2005; 1 – 31.

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos/ NEPA – UNICAMP, .- 4. ed. rev. e ampl.. -- Campinas: NEPA- UNICAMP, 2011. 161 p.

IOM-Institute of Medicine (US). Dietary references intakes for energy, carbohydrate,fiber fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Washington: National Academy of Sciences Press.2005. 1331p.

Moreira APB, Alfenas RCG, Sant’Ana LF da R, Priori SE, Franceschini S, Evolução e interpretação das recomendações nutricionais para macronutrientes. Rev Bras Nutr Clin, 2012; 27 (1): 51-9.

Trumbo P, Schlicker S, Yates AA, Poos M, Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, cholesterol, protein and amino acids. J Ame Diet Ass, 2002; 102 (11): 1626-30.DOI: 10.1016/s0002-8223(02)90346-9

Franceschini S, Priori SE, Faria ER de, Faria FRF de, Sperandio N, Morais D de C. Necessidades e recomendações de nutrientes, In: Cuppari L, coordenadora, Nutrição – Clínica do adulto, 4ª ed., Barueri (SP), Manole, 2019; vol. 1- 601 p.

Salaroli LB, Barbosa GC, Mill JG, Molina MCB. Prevalência de síndrome metabólica em estudo de base populacional, Vitória, ES, Brasil. Arq Bras Endocrinol Metab, 2007; 51(7): 1143 – 52. DOI:10.1590/S0004 – 27302007000700018.

Ministério da Saúde.Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2018, Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponivel em :https://( bvs ms.saude .gov.br/publicações/vigitel brasil .Acesso em 20/05/2020.

Meireles RMR, Menopausa e Síndrome Metabólica, Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 2014; 58 (2): 91 – 6. DOI:10.1590/0004 – 2730000002909.

Leão LSCS, Barros EG, Koifman RJ. Prevalência de SM em adultos referenciados para ambulatório de nutrição no Rio de Janeiro, Br. Rev Bras Cardiol., 2010; 23 (2): 93 – 100.

Pelegrini A, Santos – Silva DA, Petroski EL, Glaner MF. Prevalência de SM em homens. Rev Salud Pública, 2010; 12 (4): 635 – 46. – DOI:10.1590/SO124 – 00642010000400010.

Browning L, Hsieh S, Ashwell M. A systematic review of waist-to-heght ratio as screening tool for the prediction of cardiovascular disease and diabetes: 0.5 could be a suitable global boundary value. Nutrition Reserch Review,2010;23(2):247-69. DOI :10.1017 S0954422410000144.

Maihara VA, Silva MG, Baldini VLS, Miguel AMR, Fávaro DIT. Avaliação Nutricional de dietas de trabalhadores em relação a proteínas, lipídeos, carboidratos, fibras alimentares e vitaminas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 2006; 26 (3): 672 – 77. DOI:10.1590/S0101- 20612006000300029.

Cameron AJ, Shaw JE, Zimmet PZ. The metabolic Syndrome: prevalence in worldwide populations. Endocrinol Metab Clin North Am, 2004; 33: 351 – 75 DOI:10.1016/j.ecl.2004.03.005.

Oliveira GP, Oliveira TR, Rodrigues FF, Correa LF, Arruda TB, Casulari LA. Prevalence of metabolic Syndrome in the indigenous population, aged 19 to 69 years, from Jaguapiru Village, Dourados (MS) Brazil. Ethn Dis., 2011; 21 (3): 301 – 6. https://www.jstor.org/ stable/48667381.

Castanho GKF, Marsola FC, Mclellan KCP, Nicola M, Moreto F, Burini RC. Consumo de frutas, verduras e legumes associado à Síndrome Metabólica e seus componentes em amostra populacional adulta. Ciência e Saúde Coletiva,2013; 18(2):385-92. – DOI: 10.1590/S1413 – 81232013000200010.

Publicado

2023-09-15

Como Citar

Silva, M. E. M. P. e, Trigo, M., & Kfouri, S. A. (2023). Panorama da saúde de um grupo de servidores de uma universidade pública de São Paulo: síndrome metabólica, índices antropométricos e adequação da dieta: . O Mundo Da Saúde, 47. https://doi.org/10.15343/0104-7809.202347e14852023P

Edição

Seção

Artigos