Desafios da saúde da mulher na Baixada Santista: acesso ao diagnóstico anti-HIV e ao tratamento das doenças sexualmente transmissíveis
DOI: 10.15343/0104-7809.200832.4.9
Palabras clave:
Doenças sexualmente transmissíveis – terapia. HIV. Serviços de saúde da mulher.Resumen
A feminização da Aids no Brasil é um fato consumado, descrito desde a década de 1990, e continua sendo uma das principais tendências da epidemia
na Baixada Santista. Nesse cenário, a universalização do acesso ao exame anti-HIV, em conjunto com ações de prevenção formuladas aos diversos grupos
populacionais, são vistas como as principais estratégias para o enfrentamento da epidemia. A questão do acesso ao diagnóstico, assim como ao tratamento
das DST deve ser entendido como um desafio para os diversos níveis de gestão do SUS, especialmente nas regiões metropolitanas. O presente artigo analisou
as condições de acesso ao teste anti-HIV e ao tratamento das DST das mulheres da Região Metropolitana da Baixada Santista-SP, a partir de dados primários
coletados por meio de um inquérito populacional desenvolvido nos municípios da região com população acima de 100.000 habitantes. Quanto ao diagnóstico
do HIV, os resultados apontam que 79,6% das mulheres entre 25 e 39 anos referiram realizá-lo na rede básica de saúde em 37,6% dos casos. Aponta, entretanto,
fragilidades quanto à qualidade desses serviços, especialmente relacionadas à oferta de orientações e aconselhamento sobre ações de prevenção, na medida em
que 51,5% das mulheres não tiveram nenhum tipo de orientação. Quanto às DST, pôde-se perceber que as mulheres procuram tratamento especialmente na
rede básica de saúde (47,3%), seguido do consultório particular (37,4%). Entretanto, o tratamento dos parceiros, importante estratégia de quebra da cadeia de
transmissão foi referido em apenas 33,4% dos casos.