Quase como antes A ressignificação da identidade da pessoa estomizada com câncer
DOI: 10.15343/0104-7809.200630.1.6
Palabras clave:
Neoplasias-aspectos psicológicos, Estomas-ética,IdentidadeResumen
Como a presença de uma doença grave gera sofrimento, tanto para a pessoa acometida como para sua família, este estudo objetivou
compreender o significado da experiência de doença para a pessoa com câncer — com um estoma definitivo — e as transformações sobre sua
identidade. Desenvolveu-se a pesquisa no município de Passo Fundo e região. De abordagem qualitativa, prospectiva, guiada pelo referencial
metodológico da história oral de vida, acompanhou os depoentes durante um ano, a contar do momento da internação hospitalar, ocasião em
que realizaram a cirurgia. Respeitaram-se os princípios éticos de participação voluntária, esclarecida e consentida. Realizou-se uma série de cinco
entrevistas com cada um dos participantes, ao longo desse um ano de acompanhamento. Uma vez transcritas, apresentaram-se as entrevistas na
forma de narrativas. A análise enfocou as transformações ocorridas na identidade de cada depoente e as formas encontradas por eles para
ressignificá-las, tendo como apoio os conteúdos teóricos abordados no estudo. A discussão mostrou que, após o profundo impacto ocasionado
pela doença e o estoma, as pessoas iniciam um processo de ressignificação de suas identidades, que inclui um reposicionamento e um novo
significado de cada uma delas perante a vida. Ainda, resignar-se positivamente com a situação, apegar-se a Deus e à religião, retomar as
atividades anteriores, contar com o apoio da família e seus próximos e administrar a memória, entre outras. A manutenção da identidade
restabelecida dependeu da habilidade que cada estomizado possuía em responder aos eventos que foram surgindo, na trajetória de suas vidas.