Princípios da Medicina de Família: quatro pilares que definem sua identidade
DOI: 10.15343/0104-7809.20103300310
Palabras clave:
Medicina de Família – princípios. Atenção primária.Resumen
A conceituação que McWhinney faz da Medicina de Família parte de uma perspectiva histórica que remonta aos finais do
século XIX e início do XX. A reforma do ensino médico trouxe benefícios inegáveis de qualidade. E com eles vieram, como tributo necessário,
algumas perdas. A fragmentação do saber médico acarretou a consequente fragmentação da relação médico–paciente. Existe
um estreito relacionamento, na abordagem proposta pela Medicina de Família, entre a atuação junto ao paciente e junto ao aluno
que está sendo formado. Temos assim as componentes básicas, tanto do corpo de conhecimentos teóricos e metodológicos, como da
prática da Medicina de Família. Por um lado, Atenção Primária à saúde, o que implica conhecer o paciente individualmente, além da
comunidade onde se estará inserido. Por outro, duas componentes que derivam do caráter reflexivo sempre presente na prática da
Medicina de Família: a educação médica e a vertente humanista. O humanismo na Medicina de Família constitui auxílio que facilita
a reflexão profissional. O perfil peculiar que esse tripé confere à Medicina de Família faz com que alguns pesquisadores apontem uma
quarta característica: a formação de lideranças. O Médico de Família é um formador de lideranças, um criador de opinião, e sempre um
interlocutor para o paciente e para o aluno. Os quatro pilares são ao mesmo tempo apoio e norte de ação, bases teóricas que garantem
a identidade de valores e estratégias de atuação. A análise de cada um desses pilares merece atenção especial, para entendermos melhor
o perfil desse profissional.