Contaminação microbiológica em provadores de batons disponíveis aos consumidores

DOI: 10.15343/0104-7809.202044261268

Autores

  • Mireli Vassoler Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo/ RS, Brasil
  • Fabiana Tonial Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo/ RS, Brasil
  • Silvia Cristina Fagundes Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo/ RS, Brasil
  • Micheila Alana Fagundes Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo/ RS, Brasil
  • Nágila Bernarda Zortéa Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo/ RS, Brasil
  • Luciana Grazziotin Rossato-Grando Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo/ RS, Brasil
  • Charise Dallazem Bertol Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo/ RS, Brasil

Palavras-chave:

Fungos. Contaminação microbiana. Conservantes. Controle de qualidade. Estafilococos.

Resumo

A contaminação microbiológica de produtos farmacêuticos e cosméticos representa um problema de saúde pública pois
pode ocasionar infecções. Antes de comprar um cosmético específico, muitos consumidores o testam em sua própria
pele, aumentando a suscetibilidade a contaminações microbiológicas. Nossa hipótese é que os provadores de batons
disponíveis em farmácias representam uma fonte de contaminação microbiológica em potencial. Este estudo analisou a
qualidade microbiológica de 30 amostras de batons, coletadas aleatoriamente, de diferentes fabricantes, disponíveis em
provadores para os consumidores em farmácias do sul do Brasil (quinze coletadas em Casca, cinco em Ciríaco e dez em
Passo Fundo). A qualidade microbiológica dos batons foi avaliada por: contagem total de bactérias e fungos e leveduras
viáveis e pesquisa dos patógenos Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Verificou-se que as quantidades
variaram de 1,0 x 10¹ a 1,9 x 105 UFC / g de bactérias viáveis e de 1,0 x 10¹ a 7,3 x 10³ UFC / g de bolores e leveduras
nos batons. 54,33% e 40% das amostras foram reprovadas na contagem total de bactérias e bolores e leveduras viáveis,
respectivamente. S. aureus, Aspergillus sp. e Cladosporium sp. foram encontrados nas amostras. Embora a composição
cerosa dos batons desfavoreça a contaminação microbiana, esta pesquisa revela um grande número de microrganismos.
Nossa hipótese de que os provadores de batons apresentam alta carga microbiológica foi confirmada. Microrganismos
patogênicos oportunistas podem se tornar agentes infecciosos em pacientes com sistema imunológico comprometido.
O uso de aplicadores descartáveis é proposto como uma alternativa para evitar a contaminação microbiológica dos
cosméticos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no 7, de 10 de fevereiro de 2015. Dispõe sobre
os requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências [Internet]. 2015
[cited 2018 Mar 3]. Available from: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2867685/%283%29RDC_07_2015_COMP.pdf/b6bca3b2-
454d-4b05-8749-2a264b096bc8
2. ABIHPEC. Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfurmaria e Cosméticos. Anuário. [Internet]. 2019 [cited 2020 Jul 7].
Available from: https://abihpec.org.br/anuario-2019/mobile/index.html#p=8
3. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no 48 de 2013. Aprova o Regulamento
Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, e dá outras providências. Ministé
[Internet]. 2013 [cited 2017 Jul 7]. Available from: www.anvisa.gov.br
4. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Guia para Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos Guia para Avaliação
de Segurança de Produtos Cosméticos. Ministério da Saúde. [Internet]. 2012 [cited 2017 Jul 1]. Available from: www.anvisa.gov.br
5. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no 332 de 2005. Determina que
as empresas fabricantes e/ou importadoras de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, instaladas no Território Nacional deve
[Internet]. 2005 [cited 2017 Jul 2]. Available from: www.anvisa.gov.br
6. Vigan M, Castelain F. Cosmetovigilance: definition, regulation and use “in practice.” Eur J Dermatology. 2014;24(6):643–9.
7. Smart R, Spooner DF. Microbiological spoilage in pharmaceuticals and cosmetics. J Soc Cosmet Chem Soc Cosmet Chem Gt Britain.
1972;23:721–37.
8. Álvarez-Lerma F, Maull E, Terradas R, Segura C, Planells I, Coll P, et al. Moisturizing body milk as a reservoir of Burkholderia cepacia:
Outbreak of nosocomial infection in a multidisciplinary intensive care unit. Crit Care. 2008;12(1):1–6.
9. Kutty PK, Moody B, Gullion JS, Zervos M, Ajluni M, Washburn R, et al. Multistate outbreak of Burkholderia cenocepacia colonization and
infection associated with the use of intrinsically contaminated alcohol-free mouthwash. Chest [Internet]. 2007;132(6):1825–31. Available
from: http://dx.doi.org/10.1378/chest.07-1545
10. Matrician L, Ange G, Burns S, Fanning WL, Kioski C, Cage GD, et al. Outbreak of Nosocomial Burkholderia cepacia Infection and
Colonization Associated With Intrinsically Contaminated Mouthwash . Infect Control Hosp Epidemiol. 2000;21(11):739–41.
11. Molina-Cabrillana J, Bolaños-Rivero M, Alvarez-León EE, Sánchez AMM, Sánchez-Palacios M, Alvarez D, et al. Intrinsically Contaminated
Alcohol-Free Mouthwash Implicated in a Nosocomial Outbreak of Burkholderia cepacia Colonization and Infection . Infect Control Hosp
Epidemiol. 2006;27(11):1281–2.
12. Lundov MD, Moesby L, Zachariae C, Johansen JD. Contamination versus preservation of cosmetics: A review on legislation, usage,
infections, and contact allergy. Contact Dermatitis. 2009;60(2):70–8.
13. Brasil. Ministério da Saúde. ANVISA. RDC RESOLUÇÃO - RDC No 4, DE 30 DE JANEIRO DE 2014 Dispõe sobre os requisitos técnicos
para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências. [Internet]. 2014 [cited 2019 May 3].
Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0004_30_01_2014.html
14. Brasil. Ministério da Saúde-MS, Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Farmacopeia Brasileira, ediição [Internet]. 2019;1. Available from: http://portal.anvisa.gov.br/
15. Pinto TJA, Kaneko TM, Pinto AF. Controle Biológico de Qualidade de Produtos Farmacêuticos, correlatos e cosméticos. 4th ed. Barueri:
Manole; 2015.
16. Koneman EW, Allen SD, Janda WM. Diagnóstico Microbiológico: texto e atlas colorido. 6th ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;
2008.
17. Fisher F, Cook BN. Micologia Fundamentos e Diagnostico. São Paulo: Revinter; 2001.
18. Murray PR, Rosenthal KS, Pfaller MA, Filho JP de A, Barros-Mazon S de. Microbiologia Médica. 8th ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2017.
19. Brasil. Ministério das Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopéia Brasileira [Internet]. 5th ed. Anvisa, editor. Vol. 1,
Diário Oficial da União. Brasília; 2010. 546 p. Available from: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/pdf/volume1.pdf
20. Onurdağ FK, Özgen S, Duygu A. Microbiological investigation of used cosmetic camples. Hacettepe Univ J Fac Pharm. 2010;30(1):1–16.
21. Tran TT, Hitchins AD. Microbial survey of shared-use cosmetic test kits available to the public. J Ind Microbiol. 1994;13(6):389–91.
22. Dawson NL, Reinhardt DJ. Microbial flora of in-use, display eye shadow testers and bacterial challenges of unused eye shadows. Appl
Environ Microbiol. 1981;42(2):297–302.
23. El-Bazza EZ, El-Tablawy SY, Hashem AE, Nasser HH. Evaluation of the Microbial Contamination of some Eye-make up Products before
and after Use. Biohealth Sci Bull. 2009;1(2):68–75.
24. Siya K, Thomas J, Kumar RBV, Saji AM, Iype AK, Akhil S. Lipsticks: The Microbial Cellar: An Original Study. J Microsc Ultrastruct.
2019;7(4):194–197.
25. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no 481 de 1999. Estabelece os
parâmetros de controle microbiológico para os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Ministério da Saúde. [Internet]. 1999
[cited 2017 Jul 2]. Available from: www.anvisa.gov.br
26. Sawant SS, Kelkar-Mane V. Study of bacterial contaminants in local as well as branded lipsticks before and after consumer use. Int J
Recent Adv Multidiscip Res [Internet]. 2015;2(1):149–54. Available from: http://www.ijramr.com/sites/default/files/issues-pdf/089.pdf
27. Hussein H., Brasel J. Toxicity, metabolism and impact of mycotoxins on human and animals. Toxicology. 2001;167:101–134.
28. Pitt JI. Toxigenic fungi and mycotoxins. Br Med Bull. 2000;56(1):184–92.
29. Larone HD. Medically important fungi: A guide to identification. 2nd ed. Washington DC: ASM Press; 1995.
30. Grinn-Gofroń A, Rapiejko P. Occurrence of Cladosporium spp. and Alternaria spp. spores in Western, Northern and Central-Eastern
Poland in 2004-2006 and relation to some meteorological factors. Atmos Res. 2009;93(4):747–58.
31. Pinto FCJ, Lima DB De, Agustini BC, Dallagassa CB, Shimabukuro MF, Chimelli M, et al. Morphological and Molecular Identification of
Filamentous Fungi Isolated from Cosmetic Powders. Brazilian Arch Biol Technol. 2012;55(December):897–901.

Publicado

2020-04-01

Como Citar

Vassoler, M. ., Tonial, F. ., Cristina Fagundes, S. ., Alana Fagundes, M. ., Bernarda Zortéa, N. ., Grazziotin Rossato-Grando, L. ., & Dallazem Bertol, C. . (2020). Contaminação microbiológica em provadores de batons disponíveis aos consumidores: DOI: 10.15343/0104-7809.202044261268. O Mundo Da Saúde, 44, 261–268. Recuperado de https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/952

Edição

Seção

Artigos