Aspectos sociodemográficos e comportamentais associados à autopercepção de saúde positiva entre adolescentes do ensino médio
DOI: 10.15343/0104-7809.202044023034
Palavras-chave:
Comportamento do adolescente. Saúde do adolescente. Adolescente.Resumo
A autopercepção de saúde é considerada como um preditor para a mortalidade e para a morbidade, uma vez que
abrange uma avaliação global de saúde com base em uma análise dos aspectos sociodemográficos e comportamentais
associados à autopercepção de saúde positiva entre adolescentes do ensino médio. O estudo objetivou identificar os
fatores associados à autopercepção positiva de saúde de adolescentes escolares no município de Guanambi-BA, quanto
aos aspectos sociodemográficos e comportamentos de saúde. Para tanto, foi realizado um estudo epidemiológico do
tipo transversal junto a 1.140 adolescentes com idades entre 15 e 19 anos matriculados em escolas das redes pública
e privada do município, por meio de questionário. A análise dos dados foi por meio de regressão logística binária
permanecendo no modelo final as variáveis que apresentaram p<20%, e considerou-se estatisticamente significante o
valor de p<0,05. Entre os respondentes, 60,9% eram do sexo feminino, 69,3% tinham idade de 15 a 17 anos, e 68,6%
com origem em famílias com renda mensal de até dois salários mínimos. Observou-se que 78,3% dos estudantes
classificaram positivamente sua saúde (aqueles que relataram uma autopercepção de saúde excelente ou boa). No
geral, o desfecho mostrou-se associado ao sexo masculino (p<0,01), aos mais jovens (p=0,02), à experiência com drogas
(p=0,04), à realização de atividades físicas (p=0,02), e com menor nível estresse (p<0,01). Nos rapazes a autopercepção
de saúde associou-se à realização de atividades físicas (p=0,04) e a menores níveis de estresse (p<0,01). Na análise
com as moças, o desfecho associou-se à faixa etária (p<0,01) e a menores níveis de estresse (p<0,01). Conclui-se que
a prevalência de autopercepção positiva de saúde entre adolescentes escolares do ensino médio mostrou-se diferente
para os sexos masculino e feminino, bem como seus fatores associados.
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