Planejamento familiar: importância do conhecimento das características da clientela para implementação de ações de saúde
DOI: 10.15343/0104-7809.200832.4.1
Palavras-chave:
Anticoncepção – métodos. Planejamento familiar. Saúde da família.Resumo
Os objetivos deste estudo foram situar no programa de planejamento familiar (PF) de uma Estratégia Saúde da Família (ESF) a população (geral)
quanto ao método contraceptivo (MC) selecionado e seu desfecho; a amostra (indivíduos do estudo) em relação às características sócio-econômico-culturais;
e MC adotado. Foi realizado em uma ESF de Guarulhos/SP. A população foi formada por clientes que participaram do PF em 2006, e a amostra, por 30
indivíduos (29 mulheres e 1 homem) com idades entre 18 e 48 anos. Houve predomínio de mulheres, tanto na população como na amostra. A maioria da
população optou pela laqueadura (51,6% p<0,001). Prevaleceram indivíduos (amostra) com idade entre 28 a 38 anos (50,0%), ensino fundamental incompleto
(50,0% p=0,017), casados/união consensual (90%), cerca de três filhos (85,0%) e renda mensal entre um a três salários mínimos (33,3%); preferência pelo
DIU (33,3%); ocorrência de gravidez durante o uso do MC em dois casos (6,7%); satisfação com o MC por 80,0% dos indivíduos (p<0,001); contudo 43,3%
pretendeu mudar de MC e a escolha prevalente foi a laqueadura. Houve preferência por MC reversível entre os mais jovens e definitivo nos demais, sendo
estes na maioria de baixa escolaridade (p=0,019), casados/união consensual, com três ou mais filhos, sem renda fixa ou entre um e três salários mínimos.
Concluiu-se que houve maior participação no programa de PF de mulheres, casadas/união consensual, baixa escolaridade e renda, com mais de um filho,
tendo a laqueadura e o DIU como preferências. A baixa participação masculina em PF foi coerente com dados nacionais, confirmando a necessidade de
maior investimento em ações programáticas sobre o tema “homens e PF”.