Percepção do enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO) sobre a humanização do processo de captação de órgãos para transplante
DOI: 10.15343/0104-7809.200630.3.4
Palavras-chave:
Humanização da Assistência; Obtenção de Tecidos e Órgãos; BioéticaResumo
O objetivo deste estudo foi identificar as estratégias que os enfermeiros de captação de órgãos têm utilizado para humanizar
a relação entre profissional, família e potencial doador de órgãos. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. Foram
realizadas 10 entrevistas semi-estruturadas, gravadas em fita cassete, sendo os dados analisados a partir da análise dos discursos. Emer-
giram duas categorias: Dando assistência integral ao doador e Dando assistência integral à família. Os enfermeiros consideram que
humanizar o cuidado ao doador é oferecer uma assistência integral, sendo esta focada no cuidado mecânico do corpo que permite à
família recebê-lo condignamente; e com a família são citadas várias estratégias que podem humanizar o processo, como: informações e
esclarecimentos contínuos, liberar as visitas, agilizar o processo de doação, dar continuidade a assistência à família após a doação e
continuar cuidando do corpo do doador após a doação. O estudo evidenciou que há grande preocupação por parte dos enfermeiros em
humanizar a relação interpessoal com os familiares por compreenderem que se trata de uma situação de grande pesar e dor e ao criticar
o processo de doação, assumem ser difícil, muitas vezes, ancorar todas essas estratégias apontadas.