Espiritualidade e religiosidade no enfrentamento da dor
DOI: 10.15343/0104-7809.20104483487
Palavras-chave:
Religiosidade. Espiritualidade. Dor crônica.Resumo
A “Associação Internacional para o Estudo da dor” conceitua dor como uma experiência sensitiva e emocional desagradável,
única, particular e intransferível, descrita em termos de lesão tecidual real ou potencial. A dor, especialmente quando crônica, afeta todas
as áreas da vida do indivíduo, dependendo assim, de uma abordagem física, psíquica e social. Dentre as formas de enfrentamento da dor,
a religiosidade e espiritualidade têm se mostrado importantes nos doentes, e estão relacionadas à redução do estresse envolvido. Foram
revisados na literatura através da base de dados Medline o papel e os mecanismos da religiosidade e espiritualidade no enfrentamento
da dor crônica. A religiosidade caracteriza-se como a primeira ou segunda estratégia de enfrentamento utilizada contra a dor. Indivíduos
religiosos e espiritualizados apresentam redução da queixa de dor, da concentração de ACTH (hormônio adenocorticotrófico) e cortisol
séricos, diminuição da pressão arterial sistólica, frequência cardíaca e respiratória. Atividades religiosas desencadeiam um aumento da
ativação do córtex pré-frontal, ocorrendo uma maior eficiência e interatividade do sistema hipotálamo-pituitária-adrenal. Ocorre também
a elevação dos mediadores envolvidos na dor: GABA, serotonina e dopamina. Indivíduos mais espiritualizados enfrentam melhor a dor,
principalmente a dor crônica, devido a alterações fisiológicas e neurais decorrentes das crenças individuais.