Biodiversidade no estuário do Saco da Fazenda, Itajaí-SC
DOI: 10.15343/0104-7809.20113511222
Palavras-chave:
Biodiversidade. Impacto ambiental. Solo - ocupação.Resumo
Os estuários se caracterizam por apresentar uma elevada produtividade biológica como áreas vitais da alimentação, reprodução, cuidado e
atração para uma grande diversidade de organismos. Mas o aumento da ocupação humana associado à exploração econômica intensiva causou um
aumento gradual da degradação do habitat destas áreas. Saco da Fazenda (Itajaí, Santa Catarina) sofre de intenso impacto antrópico, recebendo águas
de esgoto doméstico, resíduos sólidos, e atividades de dragagem. O objetivo deste trabalho foi analisar a composição quali-quantitativa dos crustáceos,
peixes e pássaros, e os impactos prováveis das atividades de dragagem em suas espécies. 51 espécies, 42 gêneros e 23 famílias compuseram a ictiofauna,
sendo o salmonete branco, Mugil curema, a espécie mais abundante em 2001-2002 e em 2003-2005, enquanto a anchova, Lycengraulis grossidens,
e a carapeba, Diapteurs rhombeus, foram dominantes em 2000-2001 e em 2002-2003 respectivamente. Os caranguejos e camarões verdadeiros se
distribuem entre cinco famílias e dez espécies, e a mais abundante é a Callinectes danae. Os caranguejos foram representados por cinco espécies e duas
famílias, sendo Uca uruguayensis a espécie mais abundante. As aves foram caracterizadas por 50 espécies, sendo sete classificadas como aves litorâneas,
39 aves de hábitos limícolas e quatro espécie habitantes ou visitantes da Floresta Atlântica. As famílias Ardeidae, Scolopacidae, Laridae e Charadriidae
contribuíram com 64,0% das espécies, sendo a Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) e a Larus dominicanus, Lichtenstein 1823 predominantes.
Apesar da degradação bêntica do habitat e da mortalidade de espécimes Ariidae, Paralichthydae e Portunidae durante o período de atividades de
dragagem, foi observado um aumento na abundância e riqueza de espécies após a realização destas atividades, associada provavelmente ao aumento
da profundidade, que melhorou os padrões locais de circulação da água, favorecendo assim a entrada de peixes e crustáceos no ecossistema.