Doação de órgãos para transplante: conflitos éticos na percepção do profissional

DOI: 10.15343/0104-7809.20123612733

Autores

  • Adriana Aparecida de Faria Lima Graduada em Enfermagem. Mestre e Doutoranda em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo. Na mesma instituição, é professora do curso de graduação e dos cursos de pós-graduação em Enfermagem e coordenadora e membro do Comitê de Ética em Pesquisa.

Palavras-chave:

Atitude Frente a Morte. Bioética. Obtenção de Tecidos e Órgãos.

Resumo

Os transplantes de órgãos obtiveram êxito no século XX passando a ser o último recurso terapêutico na tentativa de manutenção
da vida. Assim, a doação de órgãos é indispensável para a promoção do transplante, entretanto esse processo é permeado
por conflitos morais e éticos. Pretendeu-se com este texto discorrer sobre os conflitos éticos no processo de doação de
órgão para transplante a partir da perspectiva do profissional enfermeiro que trabalha na captação de órgãos para transplante.
Trata-se de um texto reflexivo, delineado a partir dos resultados da dissertação da autora e de sua vivência como enfermeira
em uma Organização de Procura de Órgãos. Os enfermeiros que promovem a doação de órgãos para transplante consideram
que seu trabalho é difícil, marcado por diversos conflitos, relacionados: ao significado da morte, ao significado da doação de
órgãos, por estar com a família do doador e por cuidar do doador. Estar com a família do doador é um dos momentos mais
difíceis, na opinião dos enfermeiros, sendo uma experiência complexa por vivenciar a dor, o sofrimento e a morte. Os enfermeiros,
ao desempenharem seu papel profissional e tomarem contato com a dor dos familiares, reconhecem sua vulnerabilidade
e buscam preservar-se. Concluiu-se que os profissionais que vivenciam os conflitos existenciais e morais no processo
de doação de órgãos necessitam resignificar o sentido do seu trabalho, por meio de um processo de autoconhecimento para
saber lidar com o significado da morte, sofrimento e a dor da perda. Os serviços necessitam criar espaços de partilha entre
os profissionais e incentivar que eles busquem atendimento individualizado se for de sua preferência.

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Publicado

2012-01-01

Como Citar

de Faria Lima, A. A. . (2012). Doação de órgãos para transplante: conflitos éticos na percepção do profissional: DOI: 10.15343/0104-7809.20123612733. O Mundo Da Saúde, 36(1), 27–33. Recuperado de https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/509