Ordem de não reanimar sob a perspectiva de pacientes oncológicos e seus familiares
DOI: 10.15343/0104-7809.20174103395403
Palavras-chave:
Bioética. Diretivas Antecipadas. Testamento quanto à Vida. Ordens de Não Ressuscitar. Autonomia Pessoal.Resumo
O presente estudo objetivou verificar a perspectiva dos pacientes oncológicos e familiares em relação à Ordem de Não Reanimar (ONR). Foram entrevistados 104 pacientes oncológicos e 100 familiares que frequentavam o serviço de oncologia do Hospital Universitário Santa Terezinha, Joaçaba, Santa Catarina, Brasil, no ano de 2014. Os termos ONR eram desconhecidos por 81,73% dos pacientes e por 82% dos familiares. Após esclarecimento do significado, 65,4% dos pacientes e 67% dos familiares mostraram-se favoráveis à ONR em caso de parada cardiorrespiratória de paciente em fase final de doença terminal. A decisão compartilhada entre pacientes, familiares e médico obteve a preferência de 58,65% dos pacientes e de 73% dos familiares, por iniciativa do médico que acompanha o tratamento, segundo 60,58% dos pacientes e 72% dos familiares. A realização de sua própria ONR foi considerada importante por 63,47% dos pacientes e 68,63% dos familiares e a implantação da Ordem de não reanimar no Brasil por 75% dos pacientes e 74% dos familiares. Concluiu-se que a maioria dos pacientes e familiares desconhecia os termos ordem de não reanimar, mas era favorável à implantação do procedimento no Brasil, à realização pessoal por meio de decisão compartilhada e que a abordagem ocorresse durante as consultas médicas. Os resultados deste estudo permitem inferir a necessidade de se ampliar a discussão sobre a Ordem de Não Reanimar, no âmbito ético e social, com a finalidade de se emitir orientações para assegurar a autonomia dos pacientes que se encontram na terminalidade da vida.