Impacto da mastectomia e da cirurgia conservadora na qualidade de vida de mulheres pós-câncer de mama

DOI: 10.15343/0104-7809.20174104703710

Resumo

O câncer de mama é um problema de saúde pública, no Brasil, as estimativas para o biênio de 2016/2017, apontam para 57.960 novos casos. A cirurgia conservadora é considerada o procedimento de escolha no estágio inicial, incluindo a remoção do tumor envolvendo uma borda de tecido normal, com preservação do tecido mamária, enquanto a mastectomia (ou cirurgia não-conservadora) inclui a remoção de todo o tecido mamário, com a remoção do peitoral maior e menor. As intervenções cirúrgicas realizadas em mulheres com câncer de mama podem causar repercussões físicas, emocionais, psicológicas, sociais e sexuais que geram impacto negativo em sua qualidade de vida. Levando isso em consideração, a hipótese deste estudo foi baseada na questão: qual é o impacto das cirurgias de remoção do câncer de mama na qualidade de vida de mulheres das cidades de São José dos Campos e Jacareí. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar a qualidade de vida entre mulheres submetidas à mastectomia e cirurgia conservadora da mama após o diagnóstico de câncer de mama e como isso poderia ser impactado pelos aspectos sócio demográficos. Este foi um estudo descritivo cruzado com caráter exploratório. A amostra consistiu em 105 mulheres pós-câncer de mama com idade média de 55,4 ± 11,1 anos, divididas em dois grupos de acordo com o tipo de cirurgia realizada. Foi utilizado o questionário de qualidade de vida SF-36 “Short-Form Health Survey”. A análise estatística de variância foi realizada com o teste de Kruskal-Wallis, considerando o nível de significância (p≤0,05). Condição geral da saúde (p=0,70), vitalidade (p=0,66), física (p=0,6), física (p=0,25), aspectos sociais (p = 0,23), limitações nos aspectos emocionais (p = 0,78), saúde mental (p = 0,28). Foi possível concluir que, tanto a mastectomia quanto a cirurgia conservadora não apresentam diferença estatística em relação à qualidade de vida. No entanto, ambas as técnicas, assim como os aspectos sócio demográficos, podem influenciar negativamente na qualidade de vida das mulheres após cirurgia de remoção do câncer de mama.