Estudo microbiológico da ostra invasora Saccostrea cucullata: variação sazonal de coliformes totais e termotolerantes no Complexo Estuarino de Cananéia durante a temporada de 2018-2019
DOI:
https://doi.org/10.15343/0104-7809.202448e15992024PPalavras-chave:
Cananéia, Ostra, Segurança alimentar, Microbiologia, EnterobactériasResumo
No complexo estuarino lagunar de Cananéia, estado de São Paulo, região sudeste, há o consumo in natura da ostra invasora Saccostrea cucullata, principalmente no verão, alta temporada. Trata-se de um molusco filtrador que apresenta riscos de graves patologias do sistema gastrointestinal devido ao risco de armazenamento de agentes microbiológicos que afetam o ser humano. A falta de monitoramento, boas práticas de fabricação, qualidade da água e medidas de controle para garantir a segurança e qualidade do consumo de ostras é necessária para a prevenção de patógenos na saúde pública. Este estudo realizou análises microbiológicas de amostras de ostras, com foco em bactérias mesófilas, bactérias psicrotróficas e fungos/leveduras. Além disso, investigou-se as concentrações sazonais de coliformes totais e termotolerantes em amostras de ostras coletadas ao longo de um ano. As contagens de bactérias mesófilas nas ostras variaram de 1,45±0,22 a 3,32±0,28 log UFC g–1, com valores médios de 2,24±0,86 log UFC g–1. Para bactérias psicrotróficas nas amostras de ostras variou entre 1,34±0,29 e 3,12±0,45 log UFC g–1. Os dados revelaram que as contagens de fungos e leveduras variaram de 2,65±0,23 a 3,57±0,22 log UFC g–1. A contagem máxima de S. aureus foi de 1,24 log UFC g–1, e 83,5% das amostras apresentaram resultado negativo para este microrganismo. Não foi detectada presença de Salmonella spp. nas amostras analisadas. Esses resultados fornecem insights importantes sobre a variação sazonal e as contagens microbiológicas em amostras de ostras, destacando a relevância da monitorização e controle microbiológico em produtos alimentícios marinhos.
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