Fatores associados aos Níveis de Ansiedade nas Puérperas em internamento em serviço de obstetrícia
DOI:
https://doi.org/10.15343/0104-7809.202347e15162023PPalavras-chave:
Ansiedade, Período Pós-Parto, Enfermagem Obstétrica, HospitalizaçãoResumo
A Ansiedade Puerperal é um fenómeno frequente, uma vez que o puerpério é o período de maior risco para o surgimento ou agravamento de ansiedade. Geralmente manifesta-se por irritabilidade, fadiga, dificuldades de concentração, tensão e perturbações do sono. Pode provocar consequências tanto na mulher como na sua relação com o bebé e com o companheiro, interferindo na qualidade de vida e no futuro da família. Objetivo: identificar os fatores que se relacionam com os níveis de ansiedade das puérperas, durante o internamento num serviço de obstetrícia. Metodologia: trata-se de um estudo quantitativo descritivo-correlacional e analítico, com a aplicação da Escala de Autoavaliação de Ansiedade de Zung, da Escala de Perceção do Design de Suporte do Ambiente Hospitalar e da Escala de Autoperceção Materna das Competências Cuidativas neonatais. Participaram 85 puérperas que se encontravam internadas no serviço de obstetrícia, num hospital da região norte de Portugal. Resultados: A maioria das puérperas (51,8%) apresentou ausência de ansiedade, 11,8% manifestou ansiedade não patológica e 36,5% apresentou ansiedade patológica. Dos fatores de ansiedade estudados, estabeleceu-se relação, de forma global, entre o nível de ansiedade puerperal e a perceção das competências cuidativas neonatais (p=0,00). Conclusão: As puérperas apresentaram maior ansiedade na dimensão Sistema Nervoso Central (SNC). A melhor perceção do suporte social no ambiente hospitalar reduz os níveis de ansiedade materna nas diferentes vertentes. Quanto maior a autoperceção materna das competências no cuidar do bebé, menor o nível de ansiedade puerperal.
Downloads
Referências
Fiorotti KF, Goulart JM, Barbosa BL, Primo CC, Lima EF, Leite FM. Anxiety in puerperae in high risk maternity hospital [Internet]. Journal of Nursing, maio 2019; 13(5): 1300-1307. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v13i05a237827p1300-1307-2019
Faisal-Cury A, Menezes PR. Ansiedade no puerpério: Prevalência e fatores de risco [Internet]. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2006; 28(3): 171-176. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/tLfzKPXjNxF7v5j3QV3cprQ/?format=pdf&lang=pt
Leitão M. Alterações psicológicas no puerpério. In Néné M, Marques R, Batista MA, coordenadores. Enfermagem de saúde materna e obstétrica. Lisboa: Lidel; 2016. p. 443-454.
Fabri I. Nível de ansiedade e depressão em pacientes internados em hospitais gerais: Revisão de literatura [Internet]. Revista Intellectus, 2018; 45(1): 44-57. http://www.revistaintellectus.com.br/artigos/47.570.pdf
Machineski GG, Reis NN, Vieira CS, Toso BR, Caldeira S. Percepção das mães quanto à competência materna nos cuidados domiciliares do recém-nascido prematuro [Internet]. Saúde (Santa Maria), 2018; 44(3): 1-14. http://dx.doi.org/10.5902/2236583431627
Delfino JA, Melo AK, Bernardes IA, Diniz AL, Almeida CS, Souza DA. Ações educativas para a gestante no pré-natal acerca dos cuidados com o recém-nascido [Internet]. Revista Saúde Coletiva, 2021; 11(63): 5362-5368. https://doi.org/10.36489/ saudecoletiva.2021v11i63p5362-5375
Beltrami L, Moraes AB, Souza AP. Ansiedade materna puerperal e risco para o desenvolvimento infantil [Internet]. Distúrbios da Comunicação, 2013; 25(2): 229-239. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/16476/12373
Ponciano E, Serra A, Relvas J. Aferição da escala de autoavaliação de ansiedade de Zung, numa amostra de população portuguesa I: Resultados da aplicação numa amostra de população normal. Psiquiatria Clínica, 1982; 3(4): 191-202.
Devlin AS. Environmental psychology and human well-being: Effets of built and natural settings. Massachusetts: Academia Press; 2018. 444 p. Disponivel em: https://books.google.pt/books?hl=pt-PT&lr=&id=uYdqDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PP1&dq=9.+Devlin+AS .+Environmental+psychology+and+human+well-being:+Effets+of+built+and+natural+settings.&ots=-_TKDWx-LA&sig=5ZroFmfR95tBz HPROt6IWgsqEeY&redir_esc=y#v=onepage&q=9.%20Devlin%20AS.%20Environmental%20psychology%20and%20human%20well-being%3A%20Effets%20of%20built%20and%20natural%20settings.&f=false
Marques SMN, Sá MGS. (2004). Competências maternas auto-percebidas no contexto da prematuridade, Referência, 2004; 11: 33-41. Disponível em: file:///C:/Users/Utilizador/Downloads/ref_11-33a41%20(1).pdf
Santos EM, Mendes IM. EAPMCCN: Um instrumento para avaliação das competências maternas auto-percebidas no cuidar do recém-nascido de termo. Referência, 2004; 12: 58-71.
Lucchini M, Kyle MH, Sania A, Pini N, Babineau V, Firestein MR, Fernández CR, Shuffrey LC, Barbosa JR, Rodriguez C, Fifer WP, Alcántara C, Monk C, Dumitriu D. Postpartum sleep health in a multiethnic cohort of women during the COVID-19 pandemic in New York City [Internet]. Sleep Health, 2022; 8(2): 175-182. https://doi.org/10.1016/j.sleh.2021.10.009
Silva AR, Mangueira SO, Perrelli JG, Rodrigues BH, Gomes RC. Avaliação do diagnóstico de enfermagem padrão de sono prejudicado em puérperas [Internet]. Revista Cubana de Enfermería, 2020; 36(1): 1-15. Disponível em: http://www.revenfermeria.sld. cu/index.php/enf/article/view/3033/548
Paul IM, Downs DS, Schaefer EW, Beiler JS, Weisman CS. Postpartum anxiety and maternal-infant health outcomes [Internet]. Pediatrics, 2013; 131(4): 1218-1224. https://doi.org/10.1542/peds.2012-2147
Yelland J, Sutherland G, Brown SJ. Postpartum anxiety, depression and social health: Findings from a population-based survey of Australian women [Internet]. BMC Public Health, 2010; 10(771): 1-11. Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1471- 2458/10/771
Figueiredo B, Conde A. Anxiety and depression symptoms in women and men from early pregnancy to 3-months postpartum: Parity differences and effects [Internet]. Journal of Affective Disorders, 2011; 132: 146-157. https://doi.org/10.1016/j.jad.2011.02.007
Sockol L, Battle CL. Maternal attitudes, depression, and anxiety in pregnant and postpartum multiparous women. Archives of Women's Mental Health, 2015; 18: 585–593. DOI: 10.1007/s00737-015-0511-6
Badrin S, Badrin S, Gopal RLR, Noor SRJ. Effects of guided antenatal education support programs on postnatal depression, social support, and life satisfaction among first-time mothers in Kelantan, Malaysia [Internet]. Nurse Media Journal of Nursing, 2021; 11(2): 233-243. https://doi.org/10.14710/nmjn.v11i2.37123
Meky HK, Shaaban MM, Ahmed MR, Mohammed TY. Prevalence of postpartum depression regarding mode of delivery: a crosssectional study [Internet]. The Journal of Maternal-fetal & Neonatal Medicine, 2019; 32: 3300-3307. https://doi.org/10.1080/14 767058.2019.1571572
Xie RH, Lei J, Wang S, Xie H, Walker M, Wen SW. Cesarean section and postpartum depression in a cohort of chinese women with a high cesarean delivery rate [Internet]. Journal of Women’s Health, 2011; 20(12): 1881-186. https://doi.org/10.1089/jwh.2011.2842
Cunha BP, Silva IA, Shimoda G., Aragaki IM. Influência do ambiente hospitalar no conforto de puérperas durante a amamentação [Internet]. Revista Iberoamericana de Educación e Investigación en Enfermería, 2020; 10(3): 16-25. Disponível em: https://repositorio. usp.br/item/003044752
Dias EG, Novaes CC, Santos ER, Silva SX, Alves JC. Conhecimento de gestantes de uma unidade de saúde sobre os cuidados com o recém-nascido [Internet]. Revista Inova Saúde, 2019; 9(1): 176-190. http://dx.doi.org/10.18616/inova.v9i1.3709
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 O Mundo da Saúde
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.