Bases teóricas e metodológicas da Bioética Crítica frente os desafios do Antropoceno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15343/0104-7809.202347e15072023P

Palavras-chave:

Bioética, Teoria Crítica, Biopolítica, Perigos ao Meio Ambiente

Resumo

A Bioética Crítica propõe uma fundamentação teórica e metodológica que parte da autocrítica sobre o próprio campo da bioética, bem como da produção do conhecimento e da tecnologia como um todo, buscando identificar como os discursos éticos são muitas vezes utilizados para ocultar agendas e interesses que vão na contramão daquilo que se espera de qualquer produção bioética: a defesa da saúde e da vida em seu mais amplo aspecto. Este trabalho apresenta uma introdução, por meio de investigação de natureza teórica e reflexiva, dos principais elementos da Bioética Crítica, sua inserção no debate com outras abordagens da área e seus modos de aplicação metodológica. Ao ponderar sobre alguns desafios relacionados à emergência dos conflitos socioambientais, e em diálogo com produções dos estudos sobre o Antropoceno e as críticas do Capitaloceno, o artigo conclui com uma proposta inicial para expansão de seu corpus teórico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Foucault M. Sécurité, territoire, population. Cours au Collège de France -1977-1978. Gallimard/Seuil: Collection Hautes Études; 2004.

Potter VR. Bioethics. Bridge to the future. Englewood Cliffs: Prentice Hall; 1971

Potter VR. Global bioethics: building on the Leopold Legacy. Michigan State University; 1988.

Rendtorff JD, Kemp P. (eds.). Basic Ethical Principles in European Bioethics and Biolaw. Copenhagen and Barcelona: Centre for Ethics and Law & Instituto Borja de Bioética; 2000.

GarrafaV, Kottow M, Saada A. (coords.). Estatuto epistemológico de la bioética. Ciudad de México: UNAM/Redbioética; 2005.

Jonsen AR. The birth of bioethics. Oxford: Oxford University Press; 1998.

Lorenzo C. Teoria crítica e bioética: um exercício de fundamentação. In: Porto D, Garrafa V, Martins GZ, Barbosa SN. Bioéticas, Poderes e Injustiças: 10 anos depois. Brasília: CFM/Cátedra Unesco de Bioética/SBB, 173-89; 2012.

Cunha TR, Lorenzo C. Bioética global na perspectiva da bioética crítica. Revista Bioética. 2014; 22(1); 116-25.

Cunha TR. Bioética crítica, saúde global e a agenda do desenvolvimento. [Tese de Doutorado, Universidade de Brasília]; 2014.

Almeida S, Lorenzo C. A Cooperação Sul-Sul em saúde, segundo organismos internacionais, sob a perspectiva da bioética crítica. Saúde em Debate. 2016; 40:175-186. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104201610914

Sayago M, Lorenzo C. O acesso global e nacional ao tratamento da hemofilia: reflexões da bioética crítica sobre exclusão em saúde. Interface. 2020; 24:1-15. DOI: https://doi.org/10.1590/Interface.180722

Lorenzo C, Neves F. Bioethics and sociology: the place of social studies of science and technology. Interface. 2023; 27 e220046. DOI: https://doi.org/10.1590/interface.220046

Demo P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas; 2000

Mainetti JA. The discourses of bioethics in Latin America. In: Pessini L, de Barchifontaine CP, Stepke FL, eds. Ibero-American Bioethics: History and Perspectives. Dordrecht: Springer, 21 –8; 2010.

Cunha TR, Garrafa V. Vulnerability A Key Principle for Global Bioethics? Cambridge Quarterly of Healthcare Ethics. 2016; 25:197- 208. DOI: 10.1017/S096318011500050X 16. Garrafa V, Porto D. Bioética, poder e injustiça: por uma ética de intervenção. O Mundo da Saúde. 2002; 26(1): 6-15.

Kottow M. Bioética crítica en salud pública ¿aguijón o encrucijada? - Rev Chil Salud Pública. 2012; 16(1) 38-46.

Demo P. Dialética - Processualidade de Estruturas Históricas. In: Metodologia Cientifica em Ciências Sociais. 3ª ed. Curitiba: Editora Atlas; 2011.

Cox R. Production, Power, and World Order: Social Forces in the Making of History. New York: Columbia University Press; 1987.

Flor do Nascimento W. Por uma vida descolonizada: diálogos entre a bioética de intervenção e os estudos sobre a colonialidade. Tese de doutorado. Brasília: Universidade de Brasília; 2010.

Dussel E. 1492: O encobrimento do outro. A origem do mito da modernidade. Petrópoles: Vozes; 1993.

Hardt T, Negri A. Multidão: guerra e democracia na era do Império. Rio de Janeiro: Record; 2004.

Saldanha R, Viveiros de Castro E, Danowski D. Os Mil Nomes de Gaia. Rio de Janeiro: Editora Machado; 2022.

Kopenawa D, Albert B. A Queda do Céu – Palavras de um Xamã Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras; 2014.

Latour B . Diante de Gaia – oito conferências sobre a natureza do antropoceno. São Paulo: Ubu Editora; 2020.

Papa Francisco. Carta EncíclicaLaudato Si’: sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulinas; 2015.

Moore JW. Anthropocene or Capitalocene? Nature, History, and the Crisis of Capitalism. New York: PM Press; 2016

Tsing A. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: Editora Mil Folhas; 2019.

Haraway D. O manifesto das espécies companheiras – Cachorros, pessoas e alteridade significativa. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo; 2021.

Danowski D, Viveiros de Castro E. Há mundo por vir? Ensaios sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie; 2015

Stefeen W, Broadgate W, Deutsh L, Gaffney O, Ludwig C. The trajectory of the Anthropocene: The Great Acceleration. The Anthropocene Review [revista da Internet]; 2015; [acessado em 23 de agosto de 2023] 2(1):81-98. Disponível em: DOI: https://doi. org/10.1177/2053019614564785

Publicado

2023-10-05

Como Citar

Cunha, T. R. da, & Biscioni, D. N. (2023). Bases teóricas e metodológicas da Bioética Crítica frente os desafios do Antropoceno. O Mundo Da Saúde, 47. https://doi.org/10.15343/0104-7809.202347e15072023P

Edição

Seção

Artigos