Qualidade da dieta e fatores associados em pacientes adultos e idosos atendidos em um ambulatório de nutrição na cidade de Recife, Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.15343/0104-7809.202347e13672022PPalavras-chave:
Ingestão de alimentos, Doenças não Transmissíveis, Estado nutricional, Alimentos, Dieta e Nutrição, Dieta SaudávelResumo
O consumo alimentar atual, caracterizado pelo aumento da ingestão de alimentos de alta densidade calórica e baixo valor nutricional pode influenciar negativamente no estado nutricional e surgimento de agravos à saúde. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade da dieta e fatores associados em pacientes adultos e idosos atendidos num ambulatório de nutrição. Trata-se de um estudo transversal realizado de maio a outubro de 2021 no ambulatório de nutrição do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira em Recife, Pernambuco. Foram coletadas as informações do perfil sociodemográfico e econômico, estilo de vida, variáveis clínicas e estado nutricional, no momento do atendimento nutricional (primeira consulta e/ou consulta de acompanhamento). A avaliação do consumo alimentar foi realizada por meio da análise do Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQDR). A amostra foi composta por 102 pacientes, e foi evidenciada uma maior frequência de excesso de peso/obesidade e risco cardiovascular muito elevado. Com relação ao IQDR, 72,6% da amostra apresentam dieta saudável. O tempo de acompanhamento foi correlacionado positivamente com a qualidade da dieta (ρ 0,199; p<0,045); e quanto à glicemia de jejum, houve uma correlação negativa com o consumo de cereais totais (ρ -0,229; p<0,050), e positiva com o consumo de leite e derivados (ρ 0,265; p<0,023). No que se refere às variáveis antropométricas, evidenciou-se correlações negativas com o consumo de hortifrútis e cereais integrais. O consumo alimentar é considerado complexo e necessita da avaliação dos fatores que possam interferir no mesmo. O acompanhamento nutricional, a modificação e a melhora da qualidade da alimentação, favorecem à adoção de um estilo de vida mais saudável, relacionando-se com a prevenção e/ou o controle das doenças crônicas não transmissíveis e suas complicações.
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