Informação nutricional em restaurantes: um estudo de compreensão de pictogramas

10.15343/0104-7809.202145260272

Autores

  • Lizabel Medeiros Universidade Federal do Paraná- UFPR. Curitiba, Paraná, Brasil.
  • Carlos Felipe Urquizar Rojas Universidade Federal do Paraná- UFPR. Curitiba, Paraná, Brasil.
  • Carla Galvão Spinillo Universidade Federal do Paraná- UFPR. Curitiba, Paraná, Brasil.
  • Caroline Opolski Medeiros Universidade Federal do Paraná- UFPR. Curitiba, Paraná, Brasil.

Palavras-chave:

Informação nutricional. Rotulagem nutricional. Serviços de alimentação. Universidades. Estudantes.

Resumo

A informação nutricional em serviços de alimentação se mostra relevante para as escolhas alimentares, além de ser uma forma de respeitar o direito a escolha do consumidor. Contudo, é necessário que essa seja facilmente compreendida pelos comensais. Assim, o objetivo deste estudo é propor um modelo pictórico de informação nutricional, que alerte para presença de glúten, leite, ovo e carne em Restaurantes Universitários de uma instituição pública a partir da percepção dos consumidores e do conhecimento da nutrição e do design de informação. A pesquisa quali-quantitativa, com delineamento transversal e caráter exploratório, foi realizada em Curitiba, Paraná, com graduandos adultos de uma instituição pública. Por meio de um questionário autorrespondido, foram avaliadas a compreensão de pictogramas com e sem rótulo que representassem a presença de glúten, leite, carne e ovo, a relevância das informações apresentadas e a preferência do local da disponibilização da informação nutricional. Participaram 131 consumidores com idade média de 21,3 ± 2,6 anos, sendo 73,3% do sexo feminino. Observou-se boa percepção dos pictogramas propostos, sendo melhor compreendidos aqueles com rótulos, que representavam “contém ovo” e “contém carne”. Em relação a presença de leite, o pictograma da garrafa foi o mais aceito. O local de preferência para a visualização da informação foi no buffet, havendo interesse, principalmente, no nome da preparação e na lista de ingredientes. Os modelos de pictogramas propostos se mostraram adequados conforme os consumidores, atingindo o objetivo do estudo, contribuindo para que as informações sejam facilmente compreendidas, e favorecendo o direito de escolha dos consumidores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. Duarte FM, Almeida SDS, Martins KA. Alimentação fora do domicílio de universitários de alguns cursos da área da saúde de uma instituição privada. Mundo Saúde. 2013;37(3):288-298. https://doi.org/10.15343/0104-7809.2013373288298
2. Bezerra IN, Moreira TMV, Cavalcante JB, Souza AM, Sichieri R. Consumo de alimentos fora do lar no Brasil segundo locais de aquisição. Rev Saúde Pública (Online). 2017;51(1):15. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006750
3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares 2017-2018: primeiros resultados. Rio de Janeiro, 2019. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101670.pdf
4. Leibovich YH. Avaliação do consumo alimentar de estudantes frequentadores do Restaurante Universitário da UnB. [Tese]. Brasília: Universidade de Brasília; 2015. http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/18665/1/2015_YgraineHartmannLeibovich.pdf
5. Perez PMP, Castro IRR, Canella DS, Franco AS. Effect of implementation of a University Restaurant on the diet of students in a Brazilian public university. Ciênc Saúde Colet. 2019; 24(6): 2351-2360. https://doi.org/10.1590/1413-81232018246.11562017
6. Brasil. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Diário Oficial da União. De setembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
7. Sinclair S, Cooper M, Mansfield ED. The influence of menu labeling on calories selected or consumed: A systematic review and meta-analysis. J Acad Nutr Diet. 2014;114(9):1375-88. https://doi.org/10.1016/j.jand.2014.05.014
8. Fernandes AC, Oliveira RC, Proença RPC, Curioni CC, Rodrigues VM, Fiates GMR. Influence of menu labeling on food choices in real settings: a systematic review. Rev Nutr. (Online). 2016; 74(8):534–548. https://doi.org/10.1093/nutrit/nuw013
9. Vaccaro JA, Huffman FG. Are U.S. consumers using MyPlate and restaurant menu labels and does their use equate with dietary and exercise behavior? J Consumer Behav. 2018; 17:418–425. https://doi.org/10.1002/cb.1716
10. Cawley J, Susskind A, Willage B. The Impact of Information Disclosure on Consumer Behavior: Evidence from a Randomized Field Experiment of Calorie Labels on Restaurant Menus. Journal of Policy Analysis and Management. 2020; 39(4):1020–1042. https://doi. org/10.3386/w24889
11. Jeong JY, Ham S. Application of the Health Belief Model to customers' use of menu labels in restaurants. Appetite. 2018; 123:208e215. https://doi.org/10.1016/j.appet.2017.12.012
12. Rio de Janeiro. Lei n° 3.731, de 1 de abril de 2004. Dispõe sobre a obrigatoriedade da especificação e divulgação da quantidade de calorias nos cardápios de bares, hotéis, restaurantes, fast-foods e similares. Diário Oficial [do Município do Rio de Janeiro]. De abril de 2004. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a/rj/r/rio-de-janeiro/lei-ordinaria/2004/374/3731/lei-ordinaria-n-3731-2004- dispoe-sobre-a-obrigatoriedade-da-especificacao-e-divulgacao-da-quantidade-de-calorias-nos-cardapios-de-bares-hoteis-restaurantes-fast-foods-e-similares?q=restaurantes
13. Ceará. Lei n° 15.072, de 20 dezembro de 2011. Dispõe sobre a obrigatoriedade de informação em cardápios e cartazes de bares, restaurantes, lanchonetes e similares sobre os valores calóricos dos alimentos e refeições oferecidos ao consumidor. Diário Oficial [do Estado do Ceará]. De dezembro de 2011. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=123254
14. Paraná. Lei n° 17604, de 19 de junho de 2013. Dispõe sobre a obrigatoriedade da especificação e divulgação da quantidade de calorias, presença de glúten e lactose nos cardápios de bares, restaurantes, hotéis, fast-foods e similares. Diário Oficial [do Estado do Paraná]. De junho de 2013. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=255714
15. Santa Catarina. Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Decreto nº 487, de 1º de dezembro de 2015. Regulamenta a Lei nº 15.447, de 2011, que dispõe sobre a obrigatoriedade de informar aos consumidores sobre os ingredientes utilizados no preparo dos alimentos fornecidos por restaurantes, bares, lanchonetes, confeitarias, padarias, rotisserias e congêneres que comercializam e entregam em domicílio alimentos para pronto-consumo, estabelecidos no Estado de Santa Catarina, e adota outras providências. Diário Oficial [do Estado de Santa Catarina]. De dezembro de 2015. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=310894
16. Oliveira, RC, Fernandes AC, Proença RPC, Hartwell H, Rodrigues VM, Fiates GMR. Preferences for menu labelling formats of young adults in Brazil and in the United Kingdom. Rev Nutr. (Online). 2017. 2020; 30(3):321-332. https://doi.org/10.1590/1678- 98652017000300005
17. Spinillo CG. Graphic and cultural aspects of pictograms: an information ergonomics viewpoint. Work. 2012; 41(Supplement 1):3398-3403. https://doi.org/10.3233/WOR-2012-0615-3398
18. Formiga E. Símbolos Gráficos: Métodos de Avaliação de Compreensão. São Paulo: Blucher; 2012.
19. Twyman M. Using pictorial language: A discussion of the dimensions of the problem. In: Designing usable texts. Orlando: Academic Press, 1985. p. 245-312.
20. Lotif J. Anatomia da informação visual. Heterotopias. 2007; 3:129-142. https://www.uni7.edu.br/recursos/imagens/File/ heterotopias/heteretopias2008.pdf
21. Silva MOC, Cattani A. Percepção visual de pictogramas: uma revisão sistemática. Blucher Design Proceedings. 9° Congresso Internacional de Design da Informação; 2019; Belo Horizonte, Brasil. Belo Horizonte: Sociedade Brasileira de Design da Informação; 2019. https://doi.org/10.5151/9cidi-congic-3.0015
22. Loepert IAC, Mendes AJ, Dickie IB, Schulenburg H. Participação do usuário no desenvolvimento de selos com pictogramas para dietas restritivas. In: Ergo Design Usihc, 14º congresso internacional de ergonomia e usabilidade de interfaces humano-tecnologia: produto, informações, ambiente construído e transportes. Joinville, Brasil. Joinville: UNIVILLE, 2014. Disponível em: https://www. researchgate.net/publication/350156546_PARTICIPACAO_DO_USUARIO_NO_DESENVOLVIMENTO_DE_SELOS_COM_ PICTOGRAMAS_PARA_DIETAS_RESTRITIVAS_PARTICIPATION_OF_THE_USER_ON_THE_DEVELOPMENT_OF_LABELS_WITH_ PICTOGRAMS_TO_DIETARY_RESTRICTIONS
23. Holmes N. Pictograms: A view from the drawing board or, what I have learned from Otto Neurath and Gerd Arntz (and jazz). Information Design Journal. 2020; 10(2):133-143. https://doi.org/10.1075/idj.10.2.08hol
24. International Organization for Standardization (ISO). 9186-1: Graphical symbols — Test methods. 2nd ed. Geneva, Switzerland: International Organization for Standardization; 2014.
25. Hair Jr. JF, Black WC, Babin BJ, Anderson RE, Tatham RL. Análise multivariada de dados. Tradução Adonai Shlup Dant’Anna. 6ª ed. Porto Alegre: Bookman; 2009.
26. Brasil. Resolução RDC nº 26, de 02 de julho de 2015. Dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Diário Oficial da União. De julho de 2015. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/ assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/resolucao-rdc-no-26-de-2-de-julho-de-2015. pdf/@@download/file/resolucao-rdc-no-26-de-2-de-julho-de-2015.pdf
27. International Organization for Standardization (ISO). 7001: Graphical symbols – Public information symbols. 3nd ed. Geneva, Switzerland: International Organization for Standardization; 2018.
28. Medeiros L, Medeiros CO, Grácia MA, Reis KCC, Bertin RL, Fiori LS. Modificações nas preparações ofertadas em restaurante institucional e suas implicações à disponibilização das informações nutricionais. Nutrição em pauta. 2018; 8(45):25-30.
29. Mcnaught C, Lam, P. Using wordle as a supplementary research tool. The Qualitative Report. 2010; 15(3):630-643. https://doi. org/10.46743/2160-3715/2010.1167
30. Ribeiro RC, Teixeira CFS, Marques RC, Filho EGJF. Determinantes das escolhas alimentares em restaurantes à la carte. Mundo Saúde. 2014;38(3):314-324. Disponível em: https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/374
31. Nguyen LH, Tran BX, Nguyen HLT, Le HT, Do HT, Dang AK et al. Socio-Economic Disparities in Attitude and Preference for Menu Labels among Vietnamese Restaurant Customers. Int. J. Environ. Res. Public Health (Online). 2018; 15(3):460. https://doi.org/10.3390/ ijerph15030460
32. Petimar J, Zhang F, Cleveland LP, Simon D, Gortmaker SL, Polacsek M, et al. Estimating the effect of calorie menu labeling on calories purchased in a large restaurant franchise in the southern United States: quasi-experimental study. BMJ. 2019; 367:l5837. https://doi.org/10.1136/bmj.l5837
33. Blumenthal K, Volpp KG. Enhancing the effectiveness of food labeling in restaurants. J. Am. Med. Assoc. 2010;303(6):553-554. https://doi.org/10.1001/jama.2010.85
34. Rojas CFU, Spinillo CG. Animações multimídia sobre alimentação e nutrição: Um estudo sobre a compreensão por agentes comunitários de saúde de Curitiba. Blucher Design Proceedings. 9° Congresso Internacional de Design da Informação; 2019; Belo Horizonte, Brasil. Belo Horizonte: Sociedade Brasileira de Design da Informação; 2019. https://doi.org/10.5151/9cidi-congic-2.0216
35. Marra CA, Harvard S, Grubisic M, Galo J, Clarke A, Elliott S, et al. Consumer preferences for food allergen labeling. Allergy Asthma Clin. Immunol. 2017. 19(13):19. https://doi.org/10.1186/s13223-017-0189-6
36. Sociedade Brasileira Vegetariana [página na internet]. Pesquisa do IBOPE aponta crescimento histórico no número de vegetarianos no Brasil. [acesso em 25 de novembro de 2018]. Disponível em: https://www.svb.org.br/2469-pesquisa-do-ibope-aponta-crescimento-historico-no-numero-de-vegetarianos-no-brasil
37. Brasil. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Diário Oficial da União. De setembro de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm
38. Leão M. O direito humano à alimentação adequada e o sistema nacional de segurança alimentar e nutricional. Brasília: ABRANDH; 2013. Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/Direito_Humano_a_Alimentacao_Adequada_e_o_ Sistema_Nacional_de_Seguranca_Alimentar_e_Nutricional.pdf

Publicado

2021-09-02

Como Citar

Medeiros, L., Urquizar Rojas, C. F., Galvão Spinillo, C., & Opolski Medeiros, C. (2021). Informação nutricional em restaurantes: um estudo de compreensão de pictogramas: 10.15343/0104-7809.202145260272. O Mundo Da Saúde, 45, 260–272. Recuperado de https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/1152

Edição

Seção

Artigos