Caracterização físico-química dos resíduos do Tamarindo (Tamarindus indica L): potencial nutricional e antinutricional

DOI: 10.15343/0104-7809.202044595606

Autores/as

  • Emerson Iago Garcia e Silva Universidade de Pernambuco - UPE, Petrolina/PE, Brasil
  • Joelma Barbosa da Silva Universidade de Pernambuco - UPE, Petrolina/PE, Brasil
  • Janiclecia Macedo Albuquerque Universidade de Pernambuco - UPE, Petrolina/PE, Brasil
  • Cristhiane Maria Bazílio de Omena Messias Universidade de Pernambuco - UPE, Petrolina/PE, Brasil

Palabras clave:

Resíduos alimentares; Alimentação integral; Nutrientes; Farinhas

Resumen

A proposta desse estudo foi realizar a caracterização de resíduos do tamarindo quanto aos aspectos físico-químicos,
proporção fenólica e atividade antioxidante explorando seu potencial nutricional e antinutricional para a alimentação
humana. Os frutos selecionados foram pesados e as vagens manualmente quebradas, sendo separados das polpas,
sementes e cascas. Os produtos foram submetidos à secagem em estufa com circulação de ar (6h). As cascas foram
trituradas e submetidas à peneiração granulométrica (250 μm) para formulação de farinha da casca do tamarindo
(FCT). Em relação às sementes, uma fração foi submetida à torrefação (115ºC por 15 min) e outra mantida in natura.
Posteriormente, foram trituradas e submetidas à peneiração granulométrica (250 μm) para formação da farinha da
semente in natura (FSTI) sem torrefação e farinha da semente torrefada (FSTT). As determinações analíticas ocorreram
para os atributos: pH, acidez titulável, atividade de água, umidade, cinzas, proteínas, lipídeos, fibra total. O potencial
antioxidante foi determinado utilizando o radical livre 2,2-difenil-1-picrilhidrazila, além da composição fenólica total e
taninos. Todas as farinhas apresentaram baixos valores de umidade. A FCT (24,6 g/100g) e a FSTT (15,31 g/100g)
apresentaram altos conteúdo de fibras. Em termos proteicos, a FSTT apresentou maior conteúdo (14,56g/100g). Quanto
aos compostos fenólicos, estes foram maiores nas farinhas das sementes. O conteúdo de taninos foi semelhante entre as
farinhas. As farinhas apresentaram alta capacidade antioxidativa. São promissores os resíduos do tamarindo, em termos
de valor nutricional agregado, podendo, suplantar dietas humanas, especialmente em relação ao conteúdo de fibras,
proteína, valor energético e antioxidante.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

1. Balaji M, Chandrasekarn D, Ravi R, Purushothaman, MR, Pandiyan V. Chemical composition of decorticated tamarind seed meal. Int. J. Poult.
Sci, 2013; 48(1): 33-36. Disponível em: http://krishikosh.egranth.ac.in/handle/1/5810036261 Acesso em dez 2019.
2. Saraiva BR, Vital ACP, Anjos FA, Cesaro E, Matumoto-Pintro PT. Valorização de resíduos agroindustriais: fontes de nutrientes e compostos
bioativos para a alimentação humana. Rev PubSaúde, 2018; 1(7): p.1-10. 4. https:// dx.doi.org/10.31533/pubsaude1.a007
3. Junior CAS. Quantificação de espécies metálicas em abacate (Persea americana mill), mamão (Carica papaya l.), tomate (Lycopersium
esculentum mill), cupuaçu (Theobroma grandiflorum schum), dão (Ziziphus mauritiana lam), ingá (Inga edulis mart), tamarindo (Tamarindus
indica l.), solo e água [Dissertação]. Boa vista: Universidade Federal de Roraima – UFRR; 2013. Disponível em: https://bdtd.ibict.br Acesso
em dez 2019
4. Kuru P. Tamarindus indica and its health related effects. Asian Pac J Trop Biomed, 2014; 4(9): 676-681.https://doi.org/10.12980/
APJTB.4.2014APJTB-2014-0173 Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2221169115300885 Acesso em dez
2019
5. Sousa DMM, Bruno RLA, Dornelas, CSM, Alves ED, Andrade AP, Nascimento, LC. Tamarind fruit and seed morphological characterization
and post-seminal development Leguminosae: Caesalpinioideae. Rev Árvore, 2010; 34(6):1009-1015. https://doi.org/10.1590/S0100-
67622010000600006
6. Okello J, Okullo JBL, Eilu G, Nyeko P, Obua, J. Mineral composition of Tamarindus indica Linn (Tamarind) pulp and seeds from different
agro‐ecological zones of Uganda. Rev Food Sci Nutr, 2017; 5(5): 959–966. https://doi.org/10.1002/fsn3.490
7. Akajiaku LO, Nwosu JN, Onuegbu NC, Njoku NE, Egbeneke CO. Proximate, Mineral and Anti-Nutrient Composition of Processed (Soaked
And Roasted) Tamarind (Tamarindus Indica) Seed Nut. Curr. Res. Nutr. Food Sci, 2014; 2(3): 136–145. https://doi.org/10.4314/swj.v2i1.51699
8. Andabati B, Muyonga JH.Phenolic content and antioxidant activity of selected Ugandan traditional medicinal foods. Afr. J. Food Sci, 2014;
8(8): 427–434. https://doi.org/10.5897/AJFS2014.1136
9. Marques A, Chicaybam G, Araújo MT, Manhães LRT, Sabaa-Srur AUO. Composição centesimal e de minerais de casca e polpa de manga
(Mangifera indica L.) Cv. Tommy Atkins. Rev Bras Frutic, 2010; 32(4): 1206-1210. https://doi.org/10.1590/S0100-29452010005000117
10. Zanatta CL, Schlabitz C, Ethur EM. Avaliação físico-química e microbiológica de farinhas obtidas a partir de vegetais não conformes à
comercialização. Alim. Nutr, 2010; 21(3): 459-468. Disponível em https://www.researchgate.net/publication/49600264 Acesso em dez 2019
11. Selani MM, Brazaca SGC, Dias CTS, Ratnayake, WS, Flores RA, Bianchini, A. Characterization and potential application of pineapple
pomace in an extruded product for fibre enhancement. Food Chem, 2014; 163 (15): 23-30. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2014.04.076
12. Instituto Adolfo Lutz – IAL. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. Ed. Brasília, 1018p; 2008.
13. AOAC. Official Methods of Analysis. By: Association of Official Analytical Chemists. 16 th International Ed., Washington, D.C., U.S.A; 1995.14. Razali N, Junit SM, Ariffin A, Ramli NS, Aziz AA. Polyphenols from the extract and fraction of T. indica seeds protected HepG2 cells against
oxidative stress. BMC Complement Altern. Med, 2015; 15(438):1-16. https://doi.org/10.1186/s12906-015-0963-2
15. Roesler R, Malta LG, Carrasco LC, Holanda RS, Souza CAL, Pastore GM. Atividade antioxidante de frutas do cerrado. Ciênc. Tecnol.
Aliment, 2007; 27(1): 53-60. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612007000100010
16. Magalhães PC, Rodrigues WA. Durães, FM. (1997). Tanino no grão de sorgo bases fisiológicas e métodos de determinação. Sete Lagoas:
EMBRAPA – CNPMS, 26p. (EMBRAPA – CNPMS. Circular Técnica, 27). Disponível em https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/
publicacao/478850/tanino-no-grao-de-sorgo-bases-fisiologicas-e-metodos-de-determinacao Acesso em dez 2019
17. Yamaguchi T, Takamura, T, Matoba T, Terao J. HPLC method for evaluation of the free radical – scavenging of foods by using 1.1-diphenyl-
2-pycrylhydrazyl. Biosci. Biotechnol. Biochem, 1998; 62 (6): 1201-1204. https://doi.org/10.1271/bbb.62.1201
18. Pereira CP, Melo B, Freitas RS, Tomaz MA, Freitas CJP. Mudas de tamarindeiro produzidas em diferentes níveis de matéria orgânica
adicionada ao substrato. Rev. Verde Agroecologia Desenvolv. Sustent, 2010; 5(3): 152-159.
19.Pereira LGR, Azevedo JAG, Pina DS, Brandão, LGN, Araújo, GGL, Voltolini, TV. (2009). Aproveitamento dos coprodutos da agroindústriaprocessadora de suco e polpa de frutas para alimentação de ruminantes. Embrapa Semiárido, Petrolina-Pernambuco, 30 p. Disponível em
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/257241/aproveitamento-doscoprodutos-da-agroindustria-processadora-de-sucoe-
polpa-de-frutas-para-alimentacao-de-ruminantes Acesso em dez 2019
20. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico para
produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos. Seção 1, 54p. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/
rdc0263_22_09_2005.html Acesso em dez 2019
21. Mohamed H, Mohamed BE, Ahmed KE. Physicochemical properties of tamarind (Tamarindus indica) seed polysaccharides. J. Food Process.
Preserv, 2015; 6(6): 1-5. https://doi.org /10.4172/2157-7110.1000452
22. El-Gindy AA, Youssif ME, Youssif MRG. Chemical studies and utilization of Tamarindus indica and its seeds in some technological
application. Egypt. J. of Nutrition and Health, 2015; 10(1): 93-107. https://doi.org /10.21608/ejnh.2015.4825
23. Kumar C, Bhattacharya, S. Tamarind Seed: Properties, Processing and Utilization. Food Sci. Nutr, 2008; 48(1):1-20. https://doi.org
/10.1080/10408390600948600
24. Cazarini CBB, Silva JK, Colomeu TC, Zollner RL, Junior MRM. (2014). Capacidade antioxidante e composição química da casca de
maracujá (Passiflora edulis). Cienc. Rural, Santa Maria, 2014; 44(9):1699-1704. http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20131437
25. Lima JP, Portela JVF, Marques LR, Alcântara MA, El-Aouar AA. Farinha de entrecasca de melancia em biscoitos sem glúten. Cienc. Rural,
2015; 45(9): 1688-1694. http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20130209
26. Melo Filho AB, Vasconcelos MAS. Química de alimentos. Universidade Federal Rural e de Pernambuco, 78 p; 2011.
27. Krolow ACR. Hortaliças em Conserva. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 40p; 2006.
28. Rana M, Sharma P. Proximate and phytochemical screening of the seed and pulp of Tamarind indica. Res. J. Medicinal Plant, 2018; 6, (2):
111-115. Disponível em https://www.plantsjournal.com/archives/2018/vol6issue2/PartB/6-2-18-823.pdf Acesso em dez 2019
29. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012. Regulamento Técnico sobre
Informação Nutricional Complementar; 2012.
30. Food and Agriculture Organization (FAO. Report of a Joint FAO/WHO Committee. Energy and protein requirements. Report Nº. 52, Food
and Agricultural Organization of United Nations, Rome, Italy; 1973.
31. Costa WD, Loiola LCO, Nonato CFA, Andrade CC, Martins da Costa JG, Rodrigues FFG. Análise físico-química, bromatológica e
antibacteriana dos frutos de Tamarindus indica LINN. Cad. Cult. Cienc, 2015;14(1):86-95. http://dx.doi.org/10.14295/cad.cult.cienc.v14i1.77632. Shlini P, Murthy, KR S. Proximate composition, antinutritional factors and protein fractions of Tamarindus indica l seeds as influenced by
processing treatments. Int. J. Food Sci, 2015; 4(4): 91-96. Disponível em https://www.ijfans.org/temp/IntJFoodNutrSci4491-4201877_114018.
pdf Acesso em dez 2019.
33. IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose: Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol, 2007; 88(1):2-19
34. Medeiros MJ, Oliveira, PAAC, Souza, JLM, Silva, RF, Souza, MZ. Composição química de misturas de farinhas de banana verde com
castanha do Brasil. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 2010, 69(3),396-402. Disponível em http://docs.bvsalud.org/biblioref/ses-sp/2010/ses-18528/ses-
18528-2026.pdf Acesso em dez 2019
35. Tabela brasileira de composição de alimentos - TACO. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. 4. Ed. Ver. E ampl. Campinas:
UNICAMP/NEPA, 161 p; 2011.
36. Dutra AS, Furtado AAL, Pacheco S, Neto, JO. Efeito do tratamento térmico na concentração de carotenoides compostos fenólicos, ácido
ascórbico e capacidade antioxidante do suco de tangerina murcote. Braz. J. Food Technol, 2012; 15(3): 198-207. http://dx.doi.org/10.1590/
S1981-67232012005000012
37. Ferreira KCF. Caracterização integral de frutos tamarindo (Tamarindus indica L.) do cerrado de Goiás, Brasil e aplicação em produtos
drageados [Dissertação] Goiânia: Universidade Federal de Goías, Goiânia, 87p; 2018. Disponível em https://repositorio.bc.ufg.br/tede/
handle/tede/9124 Acesso em dez 2019
38. Sartori GV, Costa CN, Ribeiro AB. Conteúdo fenólico e atividade antioxidante de polpas de frutas congeladas. Braz. J. Food Technol, 2014;
5(3):23–29. https://doi.org /10.14685/rebrapa.v5i3.143
39. Vadivel V, Pugalenthi M. Evaluation of traditional knowledge value and protein quality of ver under-utilized tribal food legum. Indian J Trad
Knowl, 2010; 9 (4): 791-797. Disponível em http://nopr.niscair.res.in/bitstream/123456789/10338/1/IJTK%209%284%29%20791-797.pdf
Acesso em dez 2019
40. Ly J, Sjofian, O, Djunaidi, IH, Suyadi.Effect of processing methods on nutrient and tannin content of tamarind seeds. Trop Drylands, 2017;
1(2):78-82. https://doi.org/10.13057/tropdrylands/t010203
41. Pereira RJ, Cardoso MG. Metabólicos secundários vegetais e benefícios antioxidantes – J. biotec. Biodivers, 2012; 3(4):146-152. Disponível
em https://todafruta.com.br/metabolitos-secundarios-vegetais-e-beneficios-antioxidantes/ Acesso em dez 2019
42. Luzia DMM, Jorge N. Antioxidant activity, fatty acid profile and tocopherols of Tamarindus indica L. seeds. Food Sci. Technol, 2011;
31(2):497-501. https://doi.org/10.1590/S0101-2061201100020003443. Natukunda S, Muyonga JH, Mukisa IV. Effect of tamarind (Tamarindus indica L.) seed on antioxidant activity, phytocompounds,
physicochemical characteristics, and sensory acceptability of enriched cookies and mango juice. Crit Rev Food Sci Nutr, 2016; 4(4): 494-507.
https://doi.org/10.1002/fsn3.311

Publicado

2020-10-01

Cómo citar

Iago Garcia e Silva, E., Barbosa da Silva, J. ., Macedo Albuquerque, J. ., & Maria Bazílio de Omena Messias, C. (2020). Caracterização físico-química dos resíduos do Tamarindo (Tamarindus indica L): potencial nutricional e antinutricional: DOI: 10.15343/0104-7809.202044595606. O Mundo Da Saúde, 44, 595–606. Recuperado a partir de https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/984

Número

Sección

Articles