Razões de uma medicina para populações carentes
DOI: 10.15343/0104-7809.200731.2.7
Palabras clave:
Eqüidade. Direitos humanos. Medicina.Resumen
A Bioética tem como um desafio atual fundamentar a utilização ou não de uma medicina para as populações carentes. As
razões que levam à utilização de argumentos justificadores dos critérios de eqüidade e justiça tornam-se indispensáveis ao se pretender
conhecer as parcelas da população situadas à margem dos bens mínimos de consumo. Cite-se a saúde no rol desses bens, pois os excluídos
dificilmente conseguem alcançar o acesso quando dele precisa. A saúde, como um dos valores que integram os direitos humanos, não
pode ficar a margem dos demais valores, tais como, a vida, a liberdade, a autonomia e o respeito à dignidade da pessoa. Nem sempre a
medicina oferecida às populações carentes tem a obrigatoriedade de ser dotada de maior riqueza tecnológica. Essa parcela da população
está por merecer mais informação, mediante educação accessível, do que propriamente a utilização de exames ou de prescrição. Os
problemas estruturais que ocasionam injustiça devem ser equacionados e merecer maior atenção do Estado quanto à universalização
ao acesso aos sistemas de saúde, quando necessário. Essa distorção somente será corrigida mediante a eqüidade e justiça, que se façam
acompanhar de distribuição de renda às populações carentes.