Implicações subjetivas das vivências da gravidez e do diagnóstico da cardiopatia do filho: aportes psicanalíticos à saúde da mulher
DOI: 10.15343/0104-7809.200832.4.14
Palabras clave:
Cardiopatias congênitas-diagnóstico. Relações mãe-filho. Serviços de saúde da mulher.Resumen
A fecundação, a gestação e o nascimento de um filho são processos cercados de vivências intensas no plano subjetivo. Quando uma avaria
congênita é diagnosticada no filho, seja in útero ou com o nascimento, complexos processos de luto se põem em ação frente à perda do filho idealizado,
dificultando que a mãe invista desejo na gestação e na experiência com seu bebê. A descoberta da cardiopatia no filho fere narcisicamente
a mãe, situando-a, juntamente ao bebê, em condição de risco orgânico e psíquico. A saúde materno-infantil constitui um foco nas políticas de
cuidado e de gestão do Ministério da Saúde, sendo esboçadas a partir de Programas como: Atenção Integral à Saúde da Mulher e Clínica Ampliada.
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as repercussões subjetivas do filho com cardiopatia congênita em sua mãe, tendo sido realizada no Instituto
do Coração da Criança e do Adolescente em Fortaleza-CE. O referencial teórico situou-se na interface dos saberes e práticas da biomedicina
e da psicanálise. Os relatos foram interpretados considerando as implicações subjetivas das vivências da gravidez e do diagnóstico da cardiopatia do
filho. Concluímos que o diagnóstico da avaria congênita no filho implica processos de elaboração de perda do ideal e de investimento subjetivo no
filho que demanda cuidados e amparo. Ressaltamos as investigações e intervenções interdisciplinares na consolidação de políticas que considerem
os aspectos subjetivos da saúde reprodutiva e suas vicissitudes nos contextos da equipe de saúde e da família, destacando a importância das redes
de sociabilidade nas políticas sociais.