Associação do controle virológico e da terapia antirretroviral com o balanço autonômico cardiovascular no HIV
DOI: 10.15343/0104-7809.20194301045060
Palabras clave:
HIV. Carga Viral. Terapia Antirretroviral. Doenças do Sistema Nervoso Autônomo.Resumen
A disfunção autonômica é relatada em pacientes com Human Immunodeficiency Virus (HIV), induzindo maiores taxas de morbimortalidade. No entanto, a relação da carga viral e da terapia antirretroviral (TARV) com o balanço autonômico cardiovascular carece de maior elucidação. O objetivo do estudo foi avaliar a influência da TARV e do controle virológico sobre o balanço autonômico e risco cardiovascular em sujeitos com HIV. Realizado estudo transversal, com 60 pacientes, subdivididos em três grupos pareados por sexo e idade: com TARV e carga viral não detectável (GTCV-; n=20), com TARV e carga viral detectável (GTCV+; n=20) e sem TARV e carga viral detectável (GsTCV+; n=20). O controle autonômico cardiovascular foi avaliado pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC), no domínio do tempo e da frequência. O escore de risco de Framingham foi utilizado para avaliar o risco de eventos cardiovasculares. Observou-se que a carga viral foi menor no GTCV+ do que no GsTCV+. O GsTCV+ apresentou maior componente de baixa frequência (LF: 44,4 ± 17,2nu; p<0,01) e menor componente de alta frequência (HF: 55,6 ± 17,1nu; p<0,01) comparado ao GTCV- (LF: 27,7 ± 16,2nu; HF: 72,3 ± 16,2nu) e GTCV+ (LF: 27,2 ± 14nu; HF: 72,6 ± 14nu). Houve maior relação LF/HF no GsTCV+ (0,82 (0,46-1,42)) do que no GTCV- (0,32 (0,18-0,60); p<0,01) e GTCV+ (0,31(0,23-0,61); p<0,01). O Escore de Framingham não diferiu entre os grupos. Conclui-se que pacientes com HIV sem uso de TARV demonstraram maior atividade simpática, menor resposta parassimpática e prejuízo no balanço autonômico comparado aos grupos com TARV.