Dilemas éticos na morte de filhos
DOI: 10.15343/0104-7809.20123611126
Palabras clave:
Morte. Psicologia. Ética.Resumen
A morte de filhos é um tema que dificilmente figura como alvo de estudos na área da tanatologia. Com a tentativa crescente
da desconstrução do tabu da morte, percebe-se uma abertura para estudos mais específicos incluindo o luto parental
(luto de pais que perdem filhos). O objetivo do presente estudo foi verificar dilemas éticos com os quais pais enlutados se
depararam quando da morte de seus filhos. As informações foram retiradas de um estudo anterior da autora, que entrevistou
24 pais enlutados com idades entre 26 e 71 anos, de ambos os sexos, sendo 18 mulheres e 6 homens, que perderam
filhos com idades entre 5 e 38 anos por variadas causas, como doenças, acidentes, assassinatos e suicídio. Os participantes
foram entrevistados e convidados a narrar o que tinha acontecido desde o momento da morte dos filhos e tudo
o mais que se seguiu ao fato. Foi possível destacar das informações três temas principais: os dilemas éticos provocados
pelas circunstâncias da morte (assassinato, suicídio, doenças e acidentes de trânsito), dilemas ocasionados no período de
vivência do luto (em uma amálgama de sentimentos destacou-se a culpa) e outros dilemas relativos à qualidade dos apoios
sociais recebidos no entorno do enlutado (alguns extremamente inadequados). Os conteúdos levantados podem fornecer
informações profícuas para que intervenções efetivas sejam oferecidas a pais enlutados.