A indagação individual como questionamento filosófico pertinentea
DOI: 10.15343/0104-78092012362351359
Palabras clave:
Filosofia. Acolhimento. Entrevista Psicológica.Resumen
A primeira parte deste artigo traz trechos da entrevista realizada com D., nascido na Argentina em 1957, filho de pai
polonês e mãe húngara. Seus pais fugiram da perseguição nazista feita aos judeus na Europa durante a Segunda Guerra
Mundial. Na Argentina, essa perseguição os obrigou a fugir novamente, dessa vez para Israel. Em 1960, chegaram ao Brasil.
A segunda parte deste artigo analisa como o processo de busca de liberdade dessa família produziu profundos cortes e
perdas em D., que foi construindo um olhar único sobre o mundo e sobre si mesmo. D. foi escolhido para esta entrevista
pela força com que disse “não” a tantas condições frente às quais a maioria de nós é levada a dizer “sim”. D. é um livre
pensador, espiritualista e músico, autodidata que se inflama ao dizer: “A vida me foi dada, mas a morte escolho eu”. O
objetivo deste artigo foi mostrar a importância de permitir que o outro fale e seja escutado. Dar a voz ao outro é um tipo de
acolhimento, é uma meditação na qual se resgata sentidos, na qual a história sobrevive e que ameniza a dor dos sofrimentos
pela aceitação e pelo entendimento da transformação possível, aquela que cabe a cada um de nós realizarmos frente
ao inusitado, ao indesejado. O texto apresentado a seguir é um desses momentos de escuta que a entrevista permite e faz
parte de um trabalho apresentado na graduação de Psicologia do Centro Universitário São Camilo em outubro de 2011.