Tendência e fatores associados as cesarianas no Brasil e Unidades da Federação entre 2001 2015
DOI: 10.15343/0104-7809.2019430410441063
Palabras clave:
Parto. Cesárea. Saúde materno-infantil.Resumen
Esse estudo objetivou analisar a tendência e fatores socioeconômicos associados as cesarianas ocorridas no Brasil e Unidades da Federação entre 2001 a 2015. Como hipóteses, haveria tendência crescente na proporção de cesarianas e associação com um maior nível socioeconômico das mulheres. Estudo ecológico e transversal, com dados coletados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Foram calculadas as proporções e tendências de cesáreas em relação aos partos normais, por triênios. A tendência temporal foi calculada por modelos de regressão linear simples e a correlação entre a proporção de cesáreas e os fatores socioeconômicos pelo Coeficiente de Correlação de Spearman, com nível de significância de 5%. A partir do triênio 2010-2012 todas as Unidades da Federação apresentaram proporções de cesáreas maiores que 30%. As maiores proporções de cesáreas foram observadas no último triênio analisado de 2013 a 2015, sendo a menor de 34,9% e a maior de 66,8%. Entre 2007 e 2015 em todas as Unidades das Federações das Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul as proporções ultrapassaram os 50%. Todas as Unidades das Federações apresentaram tendência significativa de aumento de cesáreas ao longo do tempo. Houve correlação positiva e significativa entre a proporção de cesáreas e renda per capita, domicílios com coleta de lixo e Índice de Desenvolvimento Humano e negativa para o percentual da população com renda menor que meio salário-mínimo. O elevado índice de cesáreas no Brasil indica a necessidade de intervenções específicas por meio de políticas públicas voltadas para a saúde materno-infantil.