Fatores associados à polifarmácia em idosos residentes em comunidade
DOI: 10.15343/0104-7809.20194304884901
Palabras clave:
Idoso. Uso de medicamentos. PolimedicaçãoResumen
A prática da polifarmácia em idosos, tem sido frequentemente relacionada a efeitos adversos, interações medicamentosas, internações hospitalares e internamento prolongado. Neste sentido, o objetivo do estudo foi determinar a prevalência de polifarmácia em idosos e identificar os fatores associados a essa prática utilizando a classificação de 3 ou mais medicamentos. Foi realizado um estudo de corte transversal, de base populacional e domiciliar incluindo 316 idosos (idade ≥ 60 anos) de um município de pequeno porte. O uso de polifarmácia foi considerado como a utilização concomitante de 3 ou mais medicamentos, as variáveis sociodemográficas, comportamentais e condições de saúde foram coletadas por meio de um questionário próprio. A média de idade dos idosos foi 74,2 ± 9,8 anos, sendo 54.7% do sexo feminino. A prevalência de idosos que utilizavam três ou mais medicamentos (polifarmácia) foi de 40,8%, destes 56,8% relataram ser hipertensos, 80% diabéticos e 65,2% com multimorbidade. Na análise ajustada, a polifarmácia esteve associada ao sexo feminino (RP = 1,40; IC95%: 1,08-1,81; p = 0,011), naqueles com faixa etária de 70 a 79 anos (RP = 1,58; IC95%: 1,18-2,11; p = 0,002), nos insuficientemente ativos (RP = 1,41; IC95%: 1,11-1,78; p = 0,005), hipertensos (RP = 2,37; IC95%: 1,24-4,52; p = 0,009), diabéticos (RP = 1,49; IC95%: 1,22-1,82; p < 0,001) e com multimorbidade (RP = 4,35; IC95%: 1,20-15,73; p = 0,025). Observou-se uma elevada prevalência de idosos que faz uso da polifarmácia, estando a mesma associada ao sexo feminino, aos idosos com faixa etária de 70 a 79 anos, insuficientemente ativos, hipertensos, diabéticos e com multimorbidade. Tais constatações demonstraram que a utilização de 3 ou mais medicamentos já expõe o idoso aos riscos da polifarmácia.