Características dos casos de violência sexual ocorridos em Alagoas entre 2007-2016
DOI: 10.15343/0104-7809.20194304834853
Palabras clave:
Delitos Sexuais. Maus-Tratos Infantis. Saúde da Mulher. Violência contra a Mulher. Epidemiologia.Resumen
A violência sexual destaca-se em âmbito nacional por se configurar como um importante problema de saúde pública. Apesar de vitimizar diversos segmentos sociais, a sua incidência em grupos historicamente vulneráveis reflete uma enraizada cultura patriarcal e violência de gênero. Embora esforços governamentais tenham avançado a qualidade da assistência, ainda existem omissões na integralidade do suporte. Dessa forma, o estudo teve por objetivo caracterizar o perfil clínico e sociodemográfico das vítimas de violência sexual do sexo feminino atendidas em um centro de referência de Alagoas no período 2007-2016. Realizou-se estudo transversal analítico de série histórica com dados secundários à análise de 920 fichas de atendimentos coletadas entre agosto/2017 a dezembro/2018 no serviço de referência à saúde da mulher localizado em Maceió, Alagoas. O perfil das vítimas foi caracterizado como adolescentes (57,0%), pardas (68,5%), solteiras (80,8%), estudantes (59,6%), que cursaram até o ensino fundamental incompleto (51,3%). O tipo de violência mais registrado foi o estupro (96,5%), praticado na residência (39,4%), por agressor único (85,9%), no turno da noite (43,1%). Predominou a violência extrafamiliar (87,9%) com autor desconhecido (59,4%). Nas formas intrafamiliares, padrasto (4,0%) e pai (3,2%) foram os principais perpetradores. Gravidez como consequência da violência esteve presente em apenas 2,8% dos casos. No entanto, a minoria conseguiu realizar o abortamento legal na instituição (31,8%). Este estudo evidencia o perfil das vítimas de violência sexual em Alagoas através de uma abordagem descritiva com enfoque sobre os diversos fatores que a envolve.