Extubação paliativa: análise de casos em uma Unidade de Terapia Intensiva
DOI: 10.15343/0104-7809.20174103385394
Palabras clave:
Cuidados paliativos. Doente terminal. Extubação. Suspensão de tratamento. Futilidade médica.Resumen
O desenvolvimento tecnológico do mundo atual tem permitido o prolongamento do morrer, principalmente em unidades
de terapia intensiva (UTI). Torna-se crescente a necessidade de decisões de limite de esforço terapêutico (LET), do qual
se destaca a extubação paliativa (EP), que embora difícil de ser aceita do ponto de vista emocional, tem respaldo ético-
legal e aumenta a satisfação familiar. O estudo teve como objetivo avaliar o perfil clínico-demográfico dos pacientes
extubados paliativamente (ExPl) na UTI do HU/UFSC. Trata-se de coorte histórico, cujos dados foram coletados através
das fichas preenchidas por médicos intensivistas que constituem a Comissão de Óbito da instituição. Foram incluídos
os pacientes que morreram na UTI/HU/UFSC, após indicação de LET, entre janeiro/2011 e dezembro/2014. Foram
selecionados os pacientes que foram ExPl, sendo anotados seus dados clínicos e epidemiológicos. LET foi apontado em
374 (53,8%) pacientes, sendo 23 (6,1%) ExPl. A média da idade dos ExPl foi de 73,8 anos, 10 tinham mais de 60 e 9 mais
de 80 anos. Dez (43,4%) pacientes já haviam sido internados previamente em UTI. O tempo médio entre a internação-
extubação foi 4,4 dias e entre extubação-morte foi de 2,5 dias. Doença neurológica foi a principal causa da morte dos
pacientes ExPl. Todos os familiares estavam cientes da EP. Familiares de 2 pacientes acompanharam a EP. Morfina foi
a medicação analgésica mais prescrita. Concluiu-se que os pacientes que foram ExPl eram mais idosos, acometidos
preferencialmente por doenças neurológicas e o tempo médio entre a EP e óbito foi de 2,5 dias.