Adolescentes institucionalizados em semiliberdade: cenário de vulnerabilidades sociais e de saúde em uma Região Amazônica
10.15343/0104-7809.202246085095
Palabras clave:
Adolescente institucionalizado. Violência. Vulnerabilidade em saúde. Saúde do adolescente. Vulnerabilidade social.Resumen
A violência e a prática de atos infracionais estão atreladas aos processos de identificação do ser, fatos estes que acabam por constituir a identidade do adolescente autor de atos infracionais. Nesse sentido, o presente artigo visa descrever o perfil socioepidemiológico da população de adolescentes institucionalizados em semiliberdade no município de Santarém, estado do Pará. Tratou-se de um estudo epidemiológico, descritivo, transversal retrospectivo, com abordagem quantitativa, a partir da análise de prontuários dos adolescentes atendidos no Centro de Semiliberdade da Fundação de Atendimento Socioeducativa do Pará, no período entre janeiro de 2013 e junho de 2017. Dentre os resultados encontrados destacam-se: a faixa etária de maior incidência entre 16 a 17 anos (n= 42; 60%), majoritariamente pardos (n= 54; 77%), baixos níveis de escolaridade com prevalência do ensino fundamental incompleto (n= 54; 77%), componentes de famílias de baixa renda, usuários de drogas (n= 65; 93%) roubo e homicídio foram os principais delitos cometidos. Além disso foi detectado doença mental (n= 10; 14%) e histórico de Infecções Sexualmente Transmissíveis - IST (n= 9; 13%) entre os jovens pesquisados. Assim, observa-se que, de acordo com o perfil encontrado e frente à vulnerabilidade desta população, sendo necessário um processo de intervenção, de acordo com o perfil socioepidemiológico encontrado, pautado nas ações da Atenção Primária em Saúde, tendo a educação em saúde como instrumento na promoção de uma assistência de qualidade para esta população e junto à família, atuando nos fatores que interferem no processo do adoecer, e nesse caso, do adolescente em conflito com a lei.
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