Obesidade abdominal em escolares: associação com indicadores socioeconômicos e demográficos

DOI: 10.15343/0104-7809.20184203762781

Resumen

A obesidade em crianças é considerada um problema de saúde pública no Brasil. Importante atenção deve ser dada à obesidade abdominal, visto que se associa a doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos que podem surgir já na infância. Assim, este estudo objetivou analisar a associação entre obesidade abdominal e indicadores socioeconômicos e demográficos, em escolares do ensino fundamental, matriculados em escolas públicas de Santa Izabel do Oeste–PR. Foi realizado estudo transversal, que investigou circunferência da cintura (CC) e razão cintura-estatura (RCE). Para as análises de associação, utilizou-se regressão logística bivariada e multivariada. Analisaram-se 361 escolares de 5 a 9 anos de idade (7,82 ± 1,3). Destes, 19,1% apresentaram CC elevada, 22,7% RCE elevada, e 16,1% ambas as medidas elevadas. Dentre os fatores socioeconômicos, a escolaridade materna ≥11 anos de estudo associou-se significativamente à RCE elevada (OR= 1,79; IC95%=1,02-3,15). A utilização de transporte ativo resultou em menor razão de chances para obesidade abdominal considerando-se tanto CC (OR=0,28 [IC95%=0,09-0,86) quanto RCE (OR=0,20 [IC 95%=0,07-0,58]). Os resultados mostraram que crianças cujas mães possuíam maior escolaridade apresentaram maiores chances para aumento da RCE. Utilizar transportes ativos se associou inversamente às chances de presença de RCE e CC altas. Ambos os resultados indicam a importância de se adotarem mais estratégias para aumentar a prática de atividades físicas que resultem em gasto calórico entre estes escolares, assim como adotar ações contínuas para a promoção da alimentação adequada e saudável, que poderiam ser planejadas no âmbito do Programa Saúde na Escola e do Programa de Alimentação Escolar.