Estado antropométrico pré-gestacional e peso ao nascer: Coorte NISAMI
10.15343/0104-7809.202145233241
Palabras clave:
Peso ao nascer. Fatores de risco. Recém-nascido. Gestante. Estudo de coorte.Resumen
O objetivo do estudo foi analisar a relação entre o Índice de Massa Corporal pré-gestacional (IMCpg) e peso do recém-nascido no município de Santo Antônio de Jesus-BA. Estudo de coorte prospectivo, com 185 gestantes e seus respectivos recém-nascidos, atendidas nas Unidades Básicas de Saúde, de abril de 2012 a novembro de 2013. O IMC pré-gestacional foi realizado com dados do peso referido e estatura aferida no dia da aplicação do questionário. O teste de Kolmogorov– Smirnov foi realizado para análise da normalidade dos dados. Estimou-se a associação entre o estado nutricional pré-gestacional e os desfechos perinatais, por meio do Risco Relativo e intervalo de confiança de 95%. Das 185 mulheres, 44,9% iniciaram a gestação com algum desvio ponderal. As mulheres com baixo peso e sobrepeso apresentaram associação positiva para peso insuficiente ao nascer (<3000g), sendo as com baixo peso (RR=2,2; IC95%=0,5-9,5) e sobrepeso (RR=1,1; IC95%=0,5-2,6), enquanto as obesas apresentaram associação negativa (RR=0,8; IC95%=0,3-2,7). Apenas as mulheres com baixo peso apresentaram risco para baixo peso ao nascer (RR=3,1; IC95%=0,3-30,7). Esses dados revelam que o estado antropométrico pré-gestacional influencia no desenvolvimento da gestação e as inadequações nutricionais configuradas em períodos anteriores à concepção são considerados fatores determinantes para o peso da criança. Os desvios ponderais pré-gestacionais apresentaram associação positiva com o peso inadequado ao nascer, o que sugere a necessidade de cuidados nutricionais pré-concepcionais. Assistência à saúde a mulheres em idade fértil poderá auxiliar em melhores desfechos gestacionais.
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